São Paulo, Quarta-feira, 29 de Setembro de 1999
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Escolas particulares perdem alunos

da Sucursal de Brasília

Dos 52,2 milhões de alunos matriculados neste ano nos três níveis de ensino, 87,8% (45,8 milhões) estudam em escolas públicas. A participação das escolas particulares na educação básica no Brasil vem caindo ano a ano, com exceção da educação infantil e do ensino especial -voltado para o atendimento de portadores de deficiência.
No ensino fundamental, a participação das escolas particulares caiu de 10,7% em 97 para 9,1% neste ano.
O mesmo acontece no ensino médio. Em 97, as particulares tinham 19% dos 6,4 milhões de alunos. Hoje, apenas 15,8% dos 7,8 milhões de alunos do ensino médio estudam em escolas privadas.
Para o ministro Paulo Renato Souza (Educação), o encolhimento da rede particular não é resultado de empobrecimento dos brasileiros, mas da incorporação pela rede pública de segmentos da população de baixa renda que estavam fora da escola.
"A diminuição da educação privada não tem nada a ver com a queda do poder aquisitivo. Estamos incorporando camadas da população de baixa renda que não estudavam. Por isso a educação pública está ganhando tanta importância", diz.
Entretanto os números do censo mostram que as escolas particulares não estão apenas deixando de receber os novos alunos que se incorporaram à rede. Tanto no ensino fundamental quanto no médio, houve migração de alunos das escolas pagas para as públicas.
Em 97, as escolas particulares tinham 3,6 milhões de alunos da 1ª à 8ª série. Neste ano, são 3,2 milhões -400 mil a menos. Como o número total de alunos matriculados no ensino fundamental cresceu em 1,9 milhão no período, houve troca das escolas particulares pelas públicas.
O fenômeno se repete no ensino médio. Em 97, 1,26 milhão de alunos estudavam em escolas pagas. Agora, são 1,22 milhão -42,8 mil a menos. No mesmo período, a rede pública ganhou 1,4 milhão de alunos.
Já na educação infantil, aconteceu o contrário. Há dois anos, 987,4 mil crianças estudavam em creches e jardins de infância pagos contra 3,3 milhões que frequentavam instituições públicas.



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