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EDUCAÇÃO
Dados preliminares do Censo Escolar de 99 indicam melhoras na aprovação de alunos no nível fundamental
Crescem matrículas entre 5ª e 8ª séries
DANIELA FALCÃO
da Sucursal de Brasília
O número de alunos matriculados nos três níveis de ensino da
educação básica no Brasil (infantil, fundamental e médio) cresceu
2,75% de 98 para este ano, passando de 50,8 milhões para 52,2
milhões. Os dados preliminares
fazem parte do Censo Escolar de
1999, divulgado ontem pelo MEC.
Pela primeira vez no país, foi registrada queda nas matrículas da
1ª à 4ª série do ensino fundamental. No ano passado, havia 21,3
milhões de alunos nesse nível de
ensino. Neste ano, há 319,4 mil a
menos. A redução de 1,5% já era
esperada pelo MEC, que a considera uma boa notícia.
O motivo é porque as matrículas da 5ª à 8ª série cresceram 4,8%
no período, indicando que houve
uma progressão dos alunos que
estavam parados nos primeiros
anos do ensino fundamental por
causa de sucessivas repetições para a etapa seguinte.
"Não estamos deixando de incorporar à rede crianças que estavam fora da escola. O que está
acontecendo é que, hoje, há mais
alunos saindo das quatro primeiras séries a caminho da 5ª do que
novos alunos entrando no sistema", diz o ministro Paulo Renato
Souza (Educação).
As classes de aceleração são
apontadas como as principais
responsáveis pela regularização
do fluxo escolar.
No ano passado, havia 543,2 mil
alunos matriculados em classes
de aceleração da 1ª à 4ª série. Segundo estimativas preliminares
do MEC, pelo menos 90% deles
foram aprovados e passaram a
frequentar neste ano turmas regulares ou de aceleração da 5ª à 8ª.
A substituição da divisão do ensino fundamental em oito séries
por ciclos de dois, três ou quatro
anos também pode ter colaborado para a regularização do fluxo.
"Os ciclos diminuem a repetência e contribuem para regularizar
o fluxo. Mas ainda é muito cedo
para medir seu impacto", afirma
Paulo Renato.
Na opinião de Maria Izabel Azevedo Noronha, presidente da
Apeoesp (sindicato dos professores da rede estadual de São paulo),
a adoção dos ciclos pode estar dinamizando o fluxo dos alunos no
ensino fundamental, mas é preciso ponderar essa "eficiência".
Com a instituição dos ciclos, o
ensino fundamental foi dividido
em dois blocos: de 1ª a 4ª série e de
5ª a 8ª série. Nesse sistema, os alunos não são reprovados de série
para série. A avaliação é feita apenas na última série de cada ciclo.
"Mas os mecanismos de avaliação também empurram os alunos
para a frente. Se a professora avalia que o aluno não tem condições
de passar para o segundo ciclo, ele
vai para as aulas de recuperação,
que muitas vezes são dadas por
outros professores, e acaba passando de ano", disse.
Na opinião de Maria Izabel, a
progressão continuada pode estar
causando um problema que só
vai estourar lá na frente.
Ensino médio
O crescimento das matrículas
no ensino médio foi o principal
responsável pelo aumento de 1,4
milhão de alunos na educação básica no país de 98 para 99.
Enquanto o ensino fundamental ganhou 378 mil alunos novos
(crescimento de 1,1%), o ensino
médio recebeu 799 mil "calouros"
na rede regular (11,5% a mais).
Nos cursos supletivos, também
houve um crescimento mais acelerado nas matrículas de ensino
médio. Ao todo, o número de alunos de turmas de jovens e adultos
cresceu 7,1%, passando de 2,8 milhões para 3 milhões. Já no ensino
médio as turmas de supletivo registraram um crescimento nas
matrículas de 27%.
Colaborou Cleide Floresta, da Reportagem
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