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VIOLÊNCIA
Criminosos ameaçaram cinco funcionários por pelo menos duas horas e meia em loja da rua Clélia; 2 ladrões morreram
Tiroteio com reféns leva pânico à Lapa
FERNANDA BASSETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Clientes e funcionários de uma
loja de produtos de informática
enfrentaram um tiroteio entre policiais militares e criminosos durante uma tentativa frustrada de
assalto na Lapa (zona oeste de
SP). Após a troca de tiros, que terminou com a morte de dois dos
assaltantes, cinco funcionários foram mantidos reféns por pelo menos duas horas e meia.
Segundo a PM, por volta das
17h30 cinco homens armados entraram na loja Seven Digital, na
rua Clélia -uma das principais
vias comerciais do bairro.
A região é cercada por bancos,
escolas e estabelecimentos comerciais. A casa de shows Olympia fica a dois quarteirões da loja.
Já a delegacia está a menos de um
quilômetro do local.
A quadrilha parou uma van azul
no estacionamento da loja. Antes
de anunciar o assalto, eles fingiram ser clientes e, segundo a polícia, se posicionaram em locais estratégicos para render as vítimas.
De acordo com testemunhas, os
ladrões pediram para que os funcionários e clientes mantivessem
a calma e apenas colocassem os
celulares nas mesas para impedir
que alguém chamasse a PM.
"Eles nos disseram que queriam
apenas os equipamentos e que
não iam nos fazer nada. Ficamos
assustados. A primeira coisa que
veio na minha cabeça foi o meu filho de oito anos", contou uma das
funcionárias que, por medo, não
quis revelar o nome.
Durante o tiroteio, ela e parte
dos funcionários e clientes se esconderam no banheiro da loja.
Enquanto outras cinco pessoas
eram mantidas reféns em uma sala da loja, a funcionária e as outras
pessoas conseguiram escapar.
A ação
A PM foi chamada e cercou o local em poucos minutos. O trânsito na região foi bloqueado.
"Os ladrões agiram discretamente. Se a polícia não tivesse
chegado, nada teria acontecido",
disse outro funcionário que também se escondeu no banheiro.
De acordo com o coronel da PM
Izaul Segala, responsável pelas negociações, a ação da polícia foi rápida porque havia policiais fazendo patrulhamento de moto nas
imediações da rua.
Os policiais afirmam ter sido recebidos a tiros pelos ladrões, que
usavam armas de grosso calibre.
"Nesse momento os PMs tiveram
que reagir. Não houve opção, o tiroteio aconteceu em questão de
segundos", explicou o coronel Segala ao ser questionado sobre o
risco de a polícia trocar tiros em
situações onde há reféns.
Durante o tiroteio, vidros foram
estilhaçados, clientes deitaram no
chão, e dois assaltantes foram baleados e levados ao Pronto-Socorro Lapa, mas não resistiram aos
ferimentos.
"Eu estava na loja e no momento do tiroteio cheguei a ser usado
como escudo por um dos assaltantes. Em seguida, ele me largou
e eu me joguei no chão", contou
um dos clientes, que se identificou
apenas como Valdomiro.
Ainda segundo testemunhas, ao
perceberem que dois assaltantes
estavam feridos, os outros três
renderam cinco funcionários e os
levaram para o fundo da loja. A
negociação foi feita por sete oficiais da Força Tática da PM.
Segundo Segala, os assaltantes
exigiram a presença de jornalistas
para garantir a sua segurança e
também pediram que a mulher de
um deles, que está grávida, acompanhasse as negociações.
As exigências foram atendidas e
os reféns, liberados sem ferimentos. Os três homens se entregaram
à polícia.
O advogado da loja, Paulo Aparecido da Costa, afirmou que a Seven Digital tem sistema interno de
segurança e que nunca havia sido
assaltada. O caso foi apresentado
no 7º DP (Lapa).
Colaborou ALEXANDRE HISAYASU, da Reportagem Local
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