São Paulo, quinta-feira, 29 de setembro de 2005

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VIOLÊNCIA

Sérgio David Nasser, gerente do Safra e ligado à família do ex-dono do Banco Excel, foi assassinado na Vila Olímpia

Parente de ex-banqueiro é morto em SP

ALEXANDRE HISAYASU
DA REPORTAGEM LOCAL

O jovem Sérgio David Nasser, de 21 anos, foi assassinado com três tiros na cabeça durante uma suposta tentativa de assalto em um cruzamento na Vila Olímpia, em São Paulo. O crime ocorreu por volta da 0h30 de ontem.
A vítima é parente de Ezequiel Nasser, o ex-proprietário do Banco Excel, e trabalhava como gerente do Banco Safra.
De acordo com a polícia, Nasser estava no banco do passageiro de seu Astra, que era dirigido por uma amiga, que não teve o nome revelado pela polícia.
Quando eles pararam no semáforo da avenida Santo Amaro com a rua Doutor Cardoso de Melo, uma picape de cor escura parou ao lado e homens não identificados desceram, segundo a versão de testemunhas.
A garota foi agredida, ainda dentro do carro, com puxões de cabelo, segundo a polícia. Em seguida, o rapaz foi baleado. Os criminosos fugiram sem levar nada.
Nasser chegou a ser levado para o hospital Santa Paula, mas não resistiu aos ferimentos.
O delegado Dejair Rodrigues, responsável pelas investigações, considera o latrocínio (roubo seguido de morte) a principal hipótese para o assassinato.
Para o delegado, a vítima pode ter reagido à abordagem dos criminosos. Uma das suspeitas investigadas é que os criminosos pretendessem fazer um seqüestro relâmpago com o casal. "Todas as hipóteses estão sendo consideradas. Nada está descartado", afirmou Rodrigues.
Os policiais passaram todo o dia atrás de testemunhas do crime e fazendo perícia no carro para identificar impressões digitais.
No final da tarde de ontem, a amiga de Nasser foi até a delegacia prestar depoimento, que terminou por volta das 20h.

Amiga
Segundo o delegado, a garota, uma universitária de 21 anos, ainda estava muito traumatizada.
""O depoimento foi confuso, não sendo possível elaborar o retrato falado dos criminosos", disse.
O delegado declarou esperar que, com a divulgação do assassinato, a polícia receba mais denúncias que levam à prisão dos autores do crime. A polícia marcou para hoje o depoimento de outras testemunhas.
Já se sabe que Nasser e a amiga jantaram em um restaurante japonês no Itaim Bibi e depois foram para um posto de gasolina. De lá, seguiram para o cruzamento onde ocorreu o assassinato.
O delegado irá pedir as fitas do circuito interno de segurança do restaurante e do posto de gasolina para ajudar na investigação.
Nasser foi sepultado no começo da tarde de ontem no Cemitério Israelita do Butantã (zona sul). Cerca de 500 pessoas compareceram ao funeral. A família preferiu não falar com os jornalistas.

Família
Caçula de quatro irmãos, Sérgio Nasser trabalhava na agência do Safra na rua Augusta, nos Jardins, desde os 17 anos.
O crime de ontem não é o único episódio de violência envolvendo a família Nasser. Em 1994, o ex-banqueiro Ezequiel Nasser permaneceu seqüestrado durante 75 dias, entre abril e junho.
A liberação ocorreu após o pagamento do resgate, cujo valor não foi divulgado pela família -o valor exigido inicialmente era US$ 12 milhões (cerca de R$ 28 milhões, em números de hoje). Os seqüestradores o abordaram quando ele voltava para casa, no Morumbi (zona oeste).


Colaborou o "Agora"

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