São Paulo, quinta-feira, 29 de setembro de 2005

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SEGURANÇA

Frentes reclamam de falta de financiamento

Campanha do referendo começa no sábado com artistas e "mitos"

VICTOR RAMOS
DA REPORTAGEM LOCAL

As campanhas gratuitas de rádio e televisão sobre o referendo de 23 de outubro, que começam neste sábado, confrontarão depoimentos de artistas a "mitos populares" para conquistar o voto do brasileiro sobre a proibição ou não da venda de armas e munição no país.
Pela frente do "sim", que defende o veto à comercialização de armas, artistas famosos serão o principal destaque. O lado do "não" combaterá o "mito" de que a medida levará ao desarmamento dos bandidos.
As duas frentes parlamentares que coordenam as campanhas reclamam de falta de financiadores. A frente Brasil sem Armas, favorável à proibição da comercialização de armas, já gravou depoimentos de artistas como o músico Chico Buarque e a atriz Fernanda Montenegro. "São pessoas queridas, que, além de serem admiradas na sua profissão, têm também uma imagem de atuação na [área de] cidadania", disse Paulo Alves, coordenador, na frente, do núcleo de produção de propaganda -que também usará estatísticas para tentar mostrar vantagens da proibição da venda de armas.
Alves (que diz ter entrado no grupo como voluntário) disse que a campanha do referendo "possui aspectos franciscanos" em razão da falta de verbas e do pouco tempo para produzir programas.

Desmistificar
A frente Pelo Direito da Legítima Defesa, contrária à proibição, buscará "desmistificar" a idéia de que haverá referendo sobre o desarmamento, diz o marqueteiro Chico Santa Rita. "Falam em desarmamento, mas ele não acontecerá. Não desarmarão os bandidos. Há milhões de armas nas mãos de criminosos e eles não serão desarmados." Daí um slogan da campanha: "Desarmamento: seria bom se fosse verdade".
O marqueteiro afirma que a frente não recorrerá a personalidades: "Nosso principal artista é o cidadão brasileiro, que não pode ficar à mercê da bandidagem".
Sobre o financiamento, porém, Santa Rita descreve situação semelhante à do concorrente. Diz que será necessária uma "grande campanha para recolher donativos, porque a coisa está muito apertada. Estamos sem recurso".

Propaganda gratuita
As campanhas serão veiculadas de sábado a 20 de outubro. Na televisão e no rádio, a propaganda terá dois blocos de nove minutos, divididos igualmente, com rodízio na ordem de apresentação. Na TV, os blocos serão exibidos às 13h e às 20h30; no rádio, as sessões serão às 7h e às 12h.
As emissoras também deverão reservar 20 minutos diários para inserções de 30 segundos, distribuídas ao longo da programação, inclusive aos domingos.
O voto na eleição de 23 de outubro é obrigatório e cerca de 120 milhões de eleitores deverão comparecer às urnas para responder a seguinte questão: "O comércio de armas de fogo e munição deve ser proibido no Brasil?".


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