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SEGURANÇA
Frentes reclamam de falta de financiamento
Campanha do referendo começa no sábado com artistas e "mitos"
VICTOR RAMOS
DA REPORTAGEM LOCAL
As campanhas gratuitas de rádio e televisão sobre o referendo
de 23 de outubro, que começam
neste sábado, confrontarão depoimentos de artistas a "mitos
populares" para conquistar o voto do brasileiro sobre a proibição
ou não da venda de armas e munição no país.
Pela frente do "sim", que defende o veto à comercialização de armas, artistas famosos serão o
principal destaque. O lado do
"não" combaterá o "mito" de que
a medida levará ao desarmamento dos bandidos.
As duas frentes parlamentares
que coordenam as campanhas reclamam de falta de financiadores.
A frente Brasil sem Armas, favorável à proibição da comercialização de armas, já gravou depoimentos de artistas como o músico
Chico Buarque e a atriz Fernanda
Montenegro. "São pessoas queridas, que, além de serem admiradas na sua profissão, têm também
uma imagem de atuação na [área
de] cidadania", disse Paulo Alves,
coordenador, na frente, do núcleo
de produção de propaganda
-que também usará estatísticas
para tentar mostrar vantagens da
proibição da venda de armas.
Alves (que diz ter entrado no
grupo como voluntário) disse que
a campanha do referendo "possui
aspectos franciscanos" em razão
da falta de verbas e do pouco tempo para produzir programas.
Desmistificar
A frente Pelo Direito da Legítima Defesa, contrária à proibição,
buscará "desmistificar" a idéia de
que haverá referendo sobre o desarmamento, diz o marqueteiro
Chico Santa Rita. "Falam em desarmamento, mas ele não acontecerá. Não desarmarão os bandidos. Há milhões de armas nas
mãos de criminosos e eles não serão desarmados." Daí um slogan
da campanha: "Desarmamento:
seria bom se fosse verdade".
O marqueteiro afirma que a
frente não recorrerá a personalidades: "Nosso principal artista é o
cidadão brasileiro, que não pode
ficar à mercê da bandidagem".
Sobre o financiamento, porém,
Santa Rita descreve situação semelhante à do concorrente. Diz
que será necessária uma "grande
campanha para recolher donativos, porque a coisa está muito
apertada. Estamos sem recurso".
Propaganda gratuita
As campanhas serão veiculadas
de sábado a 20 de outubro. Na televisão e no rádio, a propaganda
terá dois blocos de nove minutos,
divididos igualmente, com rodízio na ordem de apresentação. Na
TV, os blocos serão exibidos às
13h e às 20h30; no rádio, as sessões serão às 7h e às 12h.
As emissoras também deverão
reservar 20 minutos diários para
inserções de 30 segundos, distribuídas ao longo da programação,
inclusive aos domingos.
O voto na eleição de 23 de outubro é obrigatório e cerca de 120
milhões de eleitores deverão comparecer às urnas para responder a
seguinte questão: "O comércio de
armas de fogo e munição deve ser
proibido no Brasil?".
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