São Paulo, quinta-feira, 29 de setembro de 2005

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SOB SUSPEITA

Operação da Polícia Federal, batizada de "Raposa", prendeu dois secretários municipais e o irmão do prefeito

PF aponta desvio de R$ 30 mi em Cotia

DO "AGORA"

Em uma operação batizada de "Raposa", a Polícia Federal prendeu dois secretários municipais de Cotia (Grande SP) e o irmão do prefeito da cidade. Eles são suspeitos de fazer parte de uma quadrilha que teria desviado pelo menos R$ 30 milhões em verbas federais enviadas ao município para saúde e educação.
De acordo com a PF, o esquema era feito por meio da Procotia (Progresso de Cotia), uma empresa mista criada pela prefeitura para contratar servidores municipais. A Procotia foi fechada em abril deste ano.
O delegado da PF Carlos Pellegrini afirmou que a empresa declarava ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) uma folha de pagamento onde constava que seus funcionários recebiam salários de R$ 5.000 a R$ 22 mil. "A organização criminosa criou uma lista de empregados cuja maior parte era inexistente. Os poucos que existiam apareciam com salários extremamente altos. Na verdade, ganhavam R$ 200, R$ 300."
Na operação, a PF cumpriu 11 mandados de busca e apreensão nas casas de suspeitos de integrar a quadrilha, que resultaram nas prisões em flagrante do secretário de Administração e Planejamento, Erick Iasi Pedroso, e do secretário de Finanças, Edson Gomes.
Ontem, também foi preso Álvaro Pedroso, irmão do prefeito de Cotia, Joaquim Horácio Pedroso Neto (PSDB), o Quinzinho.
Segundo o delegado Pellegrini, na casa do secretário de Administração foram encontrados US$ 17 mil. Já na do secretário de Finanças havia US$ 113 mil, além de R$ 50 mil. "Os acusados não souberam explicar a origem do dinheiro", diz o delegado.
Na casa do irmão do prefeito, segundo a assessoria de imprensa da Polícia Federal, foram encontrados mais US$ 25 mil. A assessoria, porém, não soube informar se Álvaro exercia alguma função na prefeitura. Na casa do prefeito não houve buscas, mas Pellegrini afirma que ele também está sendo investigado. Houve buscas na casa de Joaquim Pereira da Silva, antigo presidente da Procotia. Porém, nada foi encontrado que o incriminasse.


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