São Paulo, quinta-feira, 29 de setembro de 2005

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OBJETO DO DESEJO

Polícia vê ação de grupos especializados em roubar peças artísticas, com valor estimado em R$ 200 mil cada

Portões históricos são alvo de ladrões no RJ

DA SUCURSAL DO RIO

A existência de uma quadrilha especializada em furtar portões históricos e peças artísticas está sendo investigada pelas polícias Federal e Civil do Rio de Janeiro. Pelo menos três portais, com valor estimado em R$ 200 mil cada um no mercado paralelo, já foram furtados de prédios e residências, principalmente na zona sul.
No último dia 18 foram furtadas três portas de madeira com maçanetas de bronze do Instituto Cultural Vila Maurina, no Humaitá, zona sul do Rio. O prédio foi construído em 1915 e pertence à família Nascimento Brito, ex-proprietária do "Jornal do Brasil".
O delegado Rafick Lousada, da 10ª Delegacia de Polícia (Botafogo), que investiga o furto no Humaitá, vê uma organização criminosa por trás das ações.
"Vamos divulgar as fotos das portas. Se for oferecido a alguém no mercado de artes, elas poderão ser identificadas. Há uma grande chance de ser uma quadrilha organizada em ação", disse.
O fato de levarem só a porta e não objetos -talvez muito mais valiosos- que ficam dentro das residências e prédios, significa que há um mercado para essas obras de arte, acredita a polícia.
A Polícia Federal acredita que os portões sejam comercializados em um mercado paralelo, composto por estrangeiros que vêm ao país comprar obras de arte por preços mais baixos do que no mercado formal.
Há seis meses, o colégio marista São José, tradicional no bairro da Tijuca, zona norte do Rio, também foi alvo dos ladrões. Duas portas foram furtadas -até hoje não há nenhuma pista.
Há pouco mais de um ano, uma porta dupla da casa do arquiteto Sérgio Rodrigues, em Humaitá, foi furtada durante a noite.
O vigia da residência do arquiteto foi trancado no banheiro, que fica no segundo andar do imóvel. As peças foram desparafusadas e levadas sem deixar vestígios. Era uma relíquia do século 19 avaliada em R$ 20 mil, com 3,5 metros de altura por 1,5 metro de largura.
Há uma diferença, segundo os investigadores federais e estaduais, entre o furto das portas artísticas e históricas e os monumentos do centro do Rio.
Segundo eles, as portas não são vendidas pelo material de que são feitas, mas pelo valor artístico.
Já com os monumentos de praças públicas ocorre o contrário. Geralmente feitos de bronze, são arrancados e comercializados pelo valor do peso do metal.


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