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OBJETO DO DESEJO
Polícia vê ação de grupos especializados em roubar peças artísticas, com valor estimado em R$ 200 mil cada
Portões históricos são alvo de ladrões no RJ
DA SUCURSAL DO RIO
A existência de uma quadrilha
especializada em furtar portões
históricos e peças artísticas está
sendo investigada pelas polícias
Federal e Civil do Rio de Janeiro.
Pelo menos três portais, com valor estimado em R$ 200 mil cada
um no mercado paralelo, já foram
furtados de prédios e residências,
principalmente na zona sul.
No último dia 18 foram furtadas
três portas de madeira com maçanetas de bronze do Instituto Cultural Vila Maurina, no Humaitá,
zona sul do Rio. O prédio foi
construído em 1915 e pertence à
família Nascimento Brito, ex-proprietária do "Jornal do Brasil".
O delegado Rafick Lousada, da
10ª Delegacia de Polícia (Botafogo), que investiga o furto no Humaitá, vê uma organização criminosa por trás das ações.
"Vamos divulgar as fotos das
portas. Se for oferecido a alguém
no mercado de artes, elas poderão
ser identificadas. Há uma grande
chance de ser uma quadrilha organizada em ação", disse.
O fato de levarem só a porta e
não objetos -talvez muito mais
valiosos- que ficam dentro das
residências e prédios, significa
que há um mercado para essas
obras de arte, acredita a polícia.
A Polícia Federal acredita que os
portões sejam comercializados
em um mercado paralelo, composto por estrangeiros que vêm
ao país comprar obras de arte por
preços mais baixos do que no
mercado formal.
Há seis meses, o colégio marista
São José, tradicional no bairro da
Tijuca, zona norte do Rio, também foi alvo dos ladrões. Duas
portas foram furtadas -até hoje
não há nenhuma pista.
Há pouco mais de um ano, uma
porta dupla da casa do arquiteto
Sérgio Rodrigues, em Humaitá,
foi furtada durante a noite.
O vigia da residência do arquiteto foi trancado no banheiro, que
fica no segundo andar do imóvel.
As peças foram desparafusadas e
levadas sem deixar vestígios. Era
uma relíquia do século 19 avaliada
em R$ 20 mil, com 3,5 metros de
altura por 1,5 metro de largura.
Há uma diferença, segundo os
investigadores federais e estaduais, entre o furto das portas artísticas e históricas e os monumentos do centro do Rio.
Segundo eles, as portas não são
vendidas pelo material de que são
feitas, mas pelo valor artístico.
Já com os monumentos de praças públicas ocorre o contrário.
Geralmente feitos de bronze, são
arrancados e comercializados pelo valor do peso do metal.
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