|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Motorista frauda placa de carro e é presa
Em um ano, o veículo clonado recebeu mais de R$ 10 mil em multas, como excesso de velocidade e rodízio
SIMONE HARNIK
DA REPORTAGEM LOCAL
A polícia prendeu ontem a
farmacêutica Shirlei Regina da
Silva, 33, acusada de adulterar a
placa de seu Eco Sport cinza
com fita isolante. A detenção
foi feita em flagrante em uma
avenida da zona sul da capital
de São Paulo. Ela irá responder
por estelionato e adulteração
de sinal identificador de veículo. A pena varia de um a cinco
anos de prisão.
Com a fita preta, a farmacêutica modificou dois números da
chapa e transformou a placa
DNS 4967 de seu veículo em
DNS 4887. A partir daí, todas as
infrações que recebia iam para
outro Eco Sport, do mesmo ano
que o seu, porém preto. Segundo o Detran (Departamento
Estadual de Trânsito), em um
ano foram registradas 20 multas -como por excesso de velocidade, burlar o rodízio ou falar
ao celular no volante- cuja soma passava os R$ 10 mil.
Por ter clonado a placa de um
carro semelhante ao seu, Shirlei dificultava a identificação da
fraude. A vítima, dona do carro
regular, chegou a pagar algumas das multas e só percebeu
que estava sendo lesada quando viu em uma multa que o carro da farmacêutica tinha a capa
protetora do estepe diferente
da sua. A polícia, então, fez
campana no local onde as infrações eram mais freqüentes e localizou Shirlei, na avenida Nossa Senhora das Mercês, no Sacomã, por volta das 9h.
À reportagem ela não quis
comentar o caso e disse que só
falaria em juízo. Informalmente, no entanto, afirmou à polícia
que modificava a placa porque
chegava em casa muito tarde,
queria poder dormir mais e trafegar durante o horário do rodízio no período da manhã, que
vai das 7h às 10h. Ela foi encaminhada para o 89º DP e só será solta após análise de um juiz,
pois o crime é inafiançável.
Em agosto, a dentista Bárbara Hermeto Vancura, 30, foi
presa pela mesma acusação.
Ela também é proprietária de
um Eco Sport e adulterava a
placa pelo mesmo modo.
Esse tipo de crime, segundo o
delegado Olavo Reino Francisco, responsável pela divisão de
crimes do Detran, é mais comum entre pessoas com alta
escolaridade. "As pessoas entendiam que era apenas uma
infração burocrática, punida
com multa. Mas, estão percebendo que isso dá cadeia", diz.
De janeiro a agosto deste ano,
o Detran registrou 1.372 procedimentos de dublês, sendo
1.186 carros, 82 motos, 74 caminhonetes, 6 furgões, 2 ônibus, 6
microônibus e 16 caminhões.
Na noite de anteontem, foram
identificados outros dois carros
dublês na zona sul da capital.
Eram uma caminhonete S10 e
um Gol, que pertenciam ao empreiteiro Ginaldo Guimarães
de Souza, 41. Ginaldo colocou
um adesivo com os contatos de
sua empresa no vidro da S10 e
foi identificado em uma infração. Nesse caso, entretanto, as
placas foram refeitas, e não modificadas com fita.
Texto Anterior: Central prevê menos outdoor já em novembro Próximo Texto: Justiça: Souza Cruz terá de indenizar família de ex-fumante Índice
|