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Aborto clandestino é maior na América do Sul
da Reportagem Local
A América do Sul é o continente
onde mais há abortos clandestinos
e onde mais as mulheres morrem
por causa de complicações decorrentes desses abortos.
Os números são de uma publicação inédita que está sendo editada
pela Organização Mundial da Saúde, e constam de um dossiê distribuído pela Rede Feminista de Saúde e Direitos Reprodutivos ontem
em todo o Brasil.
Segundo os dados da OMS, a cada mil mulheres, 34 fazem abortos
clandestinos (chamados pela organização de inseguros) na América do Sul. Isso é mais que a média mundial, de 13 abortos clandestinos para cada grupo de mil
mulheres, e que a média da África,
27 por mil. Os números são baseados em estimativas.
A principal razão apontada para
índices tão altos pela entidade é a
diferença entre as legislações que
tratam do aborto em cada país.
Segundo o relatório, que traz informações sobre a legislação em
todos os países da América Latina,
nos países onde o aborto é permitido em hospitais, a incidência de
mortes diminui.
Um exemplo, segundo o dossiê,
é a Guiana, que legalizou o aborto
em 1995. "Em 1991 as complicações do aborto eram a terceira
causa de hospitalizações no país.
Após a aprovação da lei ocorreu
uma diminuição de 65% no número de hospitalizações por complicação decorrente de aborto",
diz o texto.
Na maioria dos países da América do Sul, o aborto não é permitido ou permitido com restrições.
No Chile, por exemplo, o aborto
era permitido para salvar a vida da
mulher até 1989. Desde então, está
proibido sem exceção. A proibição também é total na Colômbia,
embora as penas aplicadas à infratora sejam menores quando o
aborto é consequência de gravidez
resultante de violência sexual.
Já na Argentina, o aborto é permitido quando existe risco de vida
para a mulher e quando houver
estupro de uma mulher "portadora de deficiência mental".
Os problemas financeiros são levados em conta no Uruguai. A legislação desse país não pune
quando o aborto é realizado "para salvar a honra" da mulher em
casos de estupro, por causas graves de saúde ou por dificuldades
econômicas.
(MG e PL)
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