São Paulo, terça, 29 de setembro de 1998

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Saúde cobra maior controle da Schering

da Reportagem Local

O Ministério da Saúde e a Secretaria de Vigilância Sanitária do Estado exigiram ontem que o laboratório Schering do Brasil aumente de quatro para sete as etapas de controle na linha de produção de sete anticoncepcionais produzidos pela empresa.
A linha de produção da Schering, que tem fábrica na zona sul de São Paulo, está interditada desde sexta-feira por conta de reclamações de consumidores que adquiriram cartelas de anticoncepcionais em que faltavam comprimidos. A interdição dura até sexta-feira. Segundo a empresa, nesse período deixarão de ser produzidas 1,8 milhão de cartelas de anticoncepcional.
"Já estamos detectando falta dos nossos medicamentos no mercado", disse Theodorus Vanderloo, porta-voz da empresa.
Além do aumento das etapas de controle, os órgãos de vigilância sanitária informaram que exigirão uma alteração na linha de produção da empresa, também visando maior controle de falhas.
A empresa sugeriu ainda uma mudança na informação fornecida ao público na embalagem do produto, para que os consumidores não troquem de marca de anticoncepcional sem consultar um médico.
Marisa Lima Carvalho, diretora da Vigilância Sanitária do Estado, disse ontem que as medidas são mais rigorosas que as normas técnicas brasileiras. "A empresa tem boas práticas de fabricação, mas queremos reduzir os desvios de produção, como exige a OMS (Organização Mundial de Saúde)".
Marisa e Silas Gouveia, que deve ser empossado como diretor da divisão de medicamentos do Ministério da Saúde, vistoriaram ontem a fábrica da Schering durante sete horas.
Gouveia afirmou que o rigor aplicado à Schering deve servir de padrão para toda indústria. Ele anunciou ontem que seis medicamentos -incluindo dois da Schering- tiveram a venda suspensa temporariamente desde sexta-feira também por denúncias de quantidades inferiores à prevista.
Gouveia, no entanto, não informou os nomes dos produtos. Isso deve ocorrer hoje.
A Schering do Brasil informou ontem que tem índices de reclamação de consumidores dentro dos padrões internacionais. "As medidas são excessivas", diz Vanderloo.



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