O acidente matou 4 pessoas e causou lesões em outras 16, além de contaminar 200 pessoas que mexeram com o césio-137 em Goiânia, em setembro de 1987

do enviado especial

Terezinha Romero, 39, vítima da contaminação com césio-137, em Goiânia, declarou que hoje tem medo das doenças que pode desenvolver e sofre com a rejeição social, que, dez anos depois do caso, diz continuar sofrendo.
"Não tenho segurança quanto ao meu futuro. Não sei se vou ter alguma doença grave. Tenho três filhos para criar. Hoje tenho dor nos ossos, adquiri gastrite e úlcera, além da síndrome do pânico", afirmou ela.
Terezinha declarou que ainda sofre rejeição. "Recentemente fui a um bar e, quando me levantei para ir ao banheiro, um homem me reconheceu e disse para o amigo para sair da frente porque ia passar uma pessoa radiada."
Hoje, Terezinha Romero vive com os R$ 64 da pensão estadual mais os R$ 134, da federal, em razão do caso. "É uma ajuda muito pequena pelo que nós sofremos", afirmou ela.
Hoje ela sonha em voltar a comandar o restaurante que tinha antes do acidente. "Está sendo difícil. Perdi minha casa e todos os meus bens, que estão enterrados no depósito radioativo", declarou.



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