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Segundo secretária, medida reduzirá contrastes salariais; para vereador, emenda "duplicará" salário da prefeita
Prefeitura quer alterar teto de R$ 6.000
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Projeto da Prefeitura de São
Paulo enviado à Câmara permite
o aumento do teto salarial (salário
máximo), fixado hoje em R$
6.000, o que pode possibilitar o
reajuste dos vencimentos do prefeito e de funcionários do alto escalão. O município afirma que a
fixação de um novo teto pode diminuir os contrastes salariais da
folha do funcionalismo.
Em um projeto que muda o artigo 14 da Lei Orgânica do Município, a prefeitura propõe a possibilidade de adoção do teto salarial
previsto na Constituição.
Segundo a secretária da Gestão
Pública, Helena Kerr do Amaral,
isso significa que a prefeitura vai
poder adotar um teto de, no máximo, R$ 12.500,00 -salário-base
de um ministro do STF (Supremo
Tribunal Federal).
Helena confirmou que a prefeitura está estudando a adoção de
um novo teto salarial, mas que essa definição só sairá dentro dos
debates do novo plano de carreira
do funcionalismo.
A prefeita de São Paulo, Marta
Suplicy (PT), recebe hoje R$
6.000, valor considerado teto municipal. Só que a não-inclusão de
vantagens pessoais nesse cálculo e
ações judiciais favoráveis a servidores formaram um grupo que
está livre desse limite.
Cerca de 1.500 servidores do
Executivo recebem hoje mais do
que a prefeita, segundo a assessoria da Secretaria da Gestão Pública. Enquanto o piso (menor salário) hoje é de R$ 360, o maior salário está em torno de R$ 23 mil (63
vezes mais).
"O teto é de R$ 6.000, mas isso
não funciona na prática", disse a
secretária. "Um novo teto, baseado na Constituição, vai aumentar
as chances dessas distorções serem corrigidas."
Mas para o vereador e presidente do Sinpeem (Sindicato dos Profissionais de Educação do Ensino
Municipal), Claudio Fonseca (PC
do B), a medida é uma estratégia
do município para aumentar o salário da prefeita e de funcionários
do alto escalão.
Fonseca sustenta que um novo
teto do funcionalismo não vai
modificar a situação dos grandes
salários porque ela foi causada
por decisões judiciais, que excluíram do cálculo para o corte vantagens pessoais e gratificações.
"O novo teto não é garantia nenhuma para corrigir distorções
salariais", disse Fonseca. "De novo, a prefeita só pensa no alto escalão", afirmou o vereador, referindo ao reajuste de até 41,65 %
nos salários de alto escalão, concedido em fevereiro.
A secretária da Gestão Pública
admite que não há garantia de
que o novo teto irá permitir o corte de grandes salários conquistados na Justiça, mas ela disse que
não há nenhuma discussão sobre
o aumento do salário da prefeita.
"Isso é um absurdo. E quem define o valor do salário do prefeito
é a Câmara", disse Helena.
Fonseca afirma, no entanto, que
a fixação de um teto maior vai representar aumento do salário da
prefeita. "Ela tem de ter o maior
salário do Executivo."
Sem posição
A presidente do Sindsep (Sindicato dos Servidores Municipais),
Claudete Alves, confirmou que a
prefeitura abriu uma discussão
para aumentar o teto, mas ela afirmou que a entidade ainda não se
posicionou. "É preciso ter um teto, mas ainda vamos avaliar se R$
12.500 serve para São Paulo."
Para mudar a Lei Orgânica, a
prefeitura precisa dos votos de 37
dos 55 vereadores. Depois, vai ter
de encaminhar um projeto fixando o valor do novo teto.
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