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Aumento da frota no interior afeta o trânsito na capital, dizem especialistas
RICARDO SANGIOVANNI
DA REPORTAGEM LOCAL
A 31ª colocação no ranking
de habitantes por veículo diz
pouco sobre a qualidade do
trânsito da capital, segundo especialistas ouvidos pela Folha.
Sobretudo por dois motivos:
primeiro, porque boa parte dos
carros cadastrados em outras
cidades circulam com freqüência em São Paulo, que atrai viagens por ser o principal pólo
econômico do Estado.
Segundo, porque a distribuição da circulação dessa frota
dentro da cidade está longe de
ser homogênea -ou seja, há várias "São Paulo" diferentes
dentro da mesma cidade.
Para o consultor independente em planejamento de
transportes Vernon Kohl, o
crescimento acelerado da frota
no interior tem influência direta no trânsito da capital.
"Provavelmente a frota que
circula é muito maior que a cadastrada." Ele observa ainda
que, "subdividindo a cidade, algumas regiões têm praticamente um carro por pessoa".
O ex-técnico da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) Flamínio Fichmann concorda. "São Paulo é muito grande, mas os pólos que concentram a circulação de veículos,
como centro, Lapa, Pinheiros
(zona oeste), Santo Amaro
(sul) e Penha (leste), são poucos. O dado mascara as particularidades", afirma o consultor.
Para o ex-secretário dos
Transportes Metropolitanos
Cláudio de Senna Frederico, o
modelo urbano das cidades do
interior -"espalhadas" e "sem
congestionamentos"-, associado à tendência de aumento
do poder aquisitivo nos últimos anos, favoreceu a compra
de veículos mais acentuada em
muitas cidades do interior.
Apesar da queda no ranking,
a frota cresceu mais que a população nos últimos anos. Em
2004, eram 2,4 habitantes por
veículo; hoje, são 2 por carro.
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