São Paulo, quarta, 29 de outubro de 1997.



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SEGURANÇA
Presos reclamam de lotação e pedem transferência para outras cadeias e revisão das penas dos condenados
Detentos dominam cadeia em Lorena

Claudio Capucho/Folha Imagem
Presos rebelados almoçam no pátio da cadeia de Lorena


da Folha Vale

Cerca de 90 presos dominaram ontem, por pelo menos 11h, o pátio da Cadeia Pública de Lorena (185 km de São Paulo) durante uma rebelião que começou às 7h30 e, até as 19h, não havia terminado.
Os detentos exigiam a presença da juíza-corregedora Cíntia Adas de Souza para negociar uma possível volta do grupo às celas.
Ela não havia comparecido ao local até o final da tarde.
A cadeia foi cercada por 50 policiais civis e militares, que aguardavam ordem para entrar no local. Até as 19h, eles permaneciam de plantão do lado de fora do prédio.
Os presos exigiam transferência para cadeias de outras regiões e revisão das penas dos condenados.
Eles também contestavam a falta de infra-estrutura do local.
A cadeia comporta 32 detentos e atualmente abriga 90, em quatro celas. O grupo queimou colchões, roupas de cama e estourou os cadeados.
O motim começou quando um carcereiro foi buscar um dos detentos para levar ao médico.
Segundo o delegado-titular de Lorena, Wilson Stevem de Moraes, 23 detentos que estavam na cela renderam o funcionário.
"Na ocasião, outro funcionário da cadeia pediu aos presos que liberassem o carcereiro", disse.
Os detentos atenderam ao pedido, mas arrebentaram as demais celas, tomando o pátio.
Não houve feridos.
O delegado estuda a transferência de alguns presos para cadeias da região, mas isso deve ser definido somente hoje.
Essa é a terceira rebelião na região do Vale do Paraíba em menos de dois meses. A última aconteceu há três semanas em Jacareí, quando 20 presos foram transferidos para cadeias da região.
O delegado-regional do Vale do Paraíba, Décio Funari Martins, disse está montando um esquema para neutralizar as lideranças que organizam os motins nas cadeias da região.
Esta semana, a CPI do Crime Organizado da Assembléia Legislativa deve entrar em contato com a regional para discutir o assunto.



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