DENIZE ASSIS
da Folha Campinas

Pelo menos 65 presos fugiram na madrugada de ontem da Cadeia Pública de Piracicaba (170 km de São Paulo). Eles escaparam por um túnel de 12 metros, escavado sob o pavilhão B.
Até as 19h de ontem, 22 presos haviam sido recapturados. Foi a primeira fuga registrada neste ano na cadeia.
A fuga foi percebida por um carcereiro, que não teve seu nome divulgado, às 4h. Ele estava de plantão em um muro que fica atrás da cadeia quando ouviu um barulho e percebeu a fuga.
Os presos cruzavam a nado um lago que fica próximo ao muro, do lado de fora da cadeia, e que serviu de atalho.
O diretor da cadeia, Luiz Pereira da Silva, 43, afirmou que a última revista nas celas foi feita há dez dias.
De acordo com o diretor, a segurança da cadeia não encontrou objetos nem vestígios que denunciassem a construção do túnel.
"Por isso concluímos que o túnel tenha sido feito na última semana", disse Silva.
Até o final da tarde de ontem, a segurança não encontrou as ferramentas que teriam sido usadas para a escavação do túnel.
Segundo Silva, parte da terra retirada do túnel teria sido jogada no vaso sanitário. O restante estava sob as camas e nos cantos da cela, segundo ele.
Silva disse que a cadeia recebe presos que cometeram qualquer tipo de delito. "Por isso os fugitivos podem ser de maior ou menor periculosidade ", afirmou.
O diretor disse que a equipe de segurança ainda estava fazendo a recontagem e a identificação dos fugitivos.
A cadeia tem capacidade para abrigar 512 presos. Antes da fuga, haviam 416 detentos.
O prédio é dividido em quatro pavilhões e cada um deles abriga aproximadamente cem detentos.
As celas dos pavilhões ficavam abertas à noite. "Foi uma concessão feita aos presos, que ofereciam um risco pequeno de fugas", disse.
O diretor diz acreditar que pelo menos metade dos presos seja recapturada em uma semana.
As polícias Militar e Civil de Piracicaba, de toda a região e o Garra foram acionados para ajudar na captura dos presos.



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