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Pouco muda de imediato
da Reportagem Local
Pouquíssimas instituições se
qualificam de imediato nos critérios estabelecidos pelo Ministério da Educação para obter a liberdade de abrir livremente cursos de graduação em
outras cidades.
Ao estabelecer que só tem liberdade quem foi credenciado
recentemente (leia texto ao lado), Paulo Renato Souza deixou de fora da medida praticamente todas as 130 universidades do país.
A qualidade fica agora dependendo da seriedade do processo de recredenciamento.
Mas a portaria provoca um
problema grave e revela outro
mais grave ainda.
Com a nova regra, toda instituição fica autorizada a fechar
vagas -e, no caso de todas serem fechadas, extinguir um
curso.
Assim, alunos podem se matricular em um curso que, de
repente, por estar dando prejuízo, por exemplo, deixa de
existir. Mesmo que a faculdade
se comprometa a atender os
alunos já matriculados até o final do curso, seu diploma terá
valor menor, quase fictício.
O outro problema revelado
pela portaria é que, com a legislação que o próprio Paulo Renato aprovou nos últimos
anos, qualquer ministro pode
mudar essas novas regras com
uma simples canetada.
Nos últimos 30 anos no Brasil, o Ministério da Educação
foi muito mais uma peça de
barganha política do presidente da República do que um instrumento técnico de melhoria
da qualidade da educação.
E isso pode voltar a ocorrer.
(FERNANDO ROSSETTI)
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