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RIO
Acusados foram identificados por meio de gravações de telefonemas a traficantes
Elo com tráfico leva 16 PMs à prisão
FABIANA CIMIERI
FREE-LANCE PARA A FOLHA
Uma operação conjunta das polícias Civil e Militar levou à prisão
de 16 policiais militares ontem em
Niterói (cidade a 15 km do Rio).
Eles são acusados de envolvimento com traficantes, mas negam.
Três PMs e 11 traficantes, acusados de integrar a quadrilha, não
foram encontrados. Não foram
divulgados os nomes dos policiais
acusados.
Com base em grampos telefônicos, 17 soldados, um cabo e um
sargento estão sendo indiciados
sob a acusação de tráfico de drogas, associação para fins de tráfico, corrupção (recebimento de
propina) e venda irregular de armas e munições.
A investigação começou há três
meses, quando policiais civis da
78ª DP (Delegacia de Polícia)
grampearam o telefone de Anderson de Oliveira Santana, 20, o Negão, chefe do tráfico na favela Vila
Ipiranga (Niterói).
As escutas levantaram a suspeita de que policiais do 12º BPM
(Batalhão de Polícia Militar), em
Niterói, responsáveis pelo patrulhamento na região, estivessem
envolvidos com os traficantes.
Nas 22 fitas gravadas contendo
mais de 20 horas de conversas,
policiais negociam propina, armas e drogas.
Os policiais faziam as ligações
em telefones celulares pré-pagos.
Eles usavam codinomes como
Tchuck, Branco e Caveira.
Há dois meses, o comando da
Polícia Militar entrou no caso. O
comandante do batalhão, coronel
Marcílio Faria da Costa, disse que
identificou os PMs envolvidos pela escala de serviço, pelo número
do carro que utilizam nos patrulhamentos e pela voz.
O comandante ressaltou que
nem todos os PMs presos têm envolvimento direto com o tráfico,
mas que, no mínimo, sabiam que
havia um esquema criminoso.
Os policiais presos depuseram
ontem na 78ª DP. Nos dois primeiros depoimentos, segundo o
delegado Anestor Magalhães, os
policiais negaram envolvimento
com traficantes.
Diálogo
Em um dos trechos gravados,
um PM conhecido como Bruxo
conversa com Negão e exige dinheiro para liberar uma mulher,
um jovem e cocaína. "Tu manda
quinhentos agora que a garota tá
aqui, ela vai lá embaixo...", diz
Bruxo.
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