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OUTRO LADO
Procuradora nega cumplicidade e PM defende operações
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério Público de
São Paulo nega conivência
com a apuração da Polícia
Militar e afirma que os promotores de Justiça dependem da prova colhida pela
polícia. Já a PM sustenta que
as posições dos promotores
mostram a legalidade das
ações policiais.
Segundo a procuradora de
Justiça Luiza Nagib Eluf,
coordenadora do Centro de
Apoio Operacional às Promotorias de Execução Criminal, não é fácil comprovar
a prática de execução nos casos de "resistência seguida
de morte".
"É difícil ter testemunhas
contra traficantes e contra
policiais por causa do medo", diz Eluf, indicada pela
Procuradoria Geral de Justiça para falar sobre o assunto.
Segundo a procuradora, o
Ministério Público não compactua com ações ilegais da
polícia, mas depende da polícia para coletar provas. "O
promotor precisa ter o mínimo de provas para dar início
a uma ação penal, e ele depende da polícia para isso."
Se avaliar a investigação
como insuficiente, o promotor pode pedir novas diligências. "Quem realiza a diligência é a própria polícia",
diz Eluf. Segundo ela, foi enviada aos promotores que
atuam no Tribunal do Júri
uma lista de PMs envolvidos
em ações com morte. "Se
houver muitas semelhantes,
pode-se suspeitar que a coisa
não foi bem assim."
O comandante-geral da
PM de São Paulo, coronel
Alberto Silveira Rodrigues,
diz que os números do estudo apenas mostram a eficiência da polícia.
Segundo ele, os pedidos de
arquivamento feitos pela
Promotoria e os IPMs (Inquéritos Policiais Militares)
concluídos sem punição
confirmam que as ações policiais foram legais. De acordo com o coronel, se uma
pesquisa fosse realizada com
números atuais, o percentual de arquivamento seria
maior. "Os resultados da
pesquisa são óbvios. E quem
arquiva é a Justiça, não é a
polícia", diz.
Sobre o jovem de 17 anos
morto pela Rota, no mês
passado, ele diz que um IPM
foi aberto para investigar o
caso e que seria "leviano"
dar qualquer posição antes
do fim da apuração.
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