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Febem transfere 17 adolescentes
da Reportagem Local
A polícia indiciou ontem 17 internos da Febem como responsáveis pela rebelião que acabou com
uma morte e sete feridos no Cadeião de Santo André.
Os supostos líderes do motim
foram transferidos ontem à tarde,
escoltados por policiais da tropa
de choque da PM. A Secretaria de
Assistência e Desenvolvimento
Social não quis informar o destino dos garotos.
A Folha apurou que dez deles
foram levados para o COC (Centro de Observação Criminológica) do Carandiru e sete para o
complexo de Franco da Rocha
(Grande São Paulo).
Todos eles foram autuados em
flagrante por crime de motim, seguido de morte e lesões corporais.
Sete deles que já têm mais de 18
anos serão tratados como adultos.
No momento da rebelião, mais
de 300 garotos estavam no local.
O motim durou 17 horas.
No 4º DP de Santo André
(Grande São Paulo), onde o flagrante foi elaborado, ninguém
quis explicar como a Febem chegou até os nomes dos envolvidos.
Os advogados Benedito Roberto Barbosa e Tânia Almendra, do
Centro de Defesa dos Direitos da
Criança do Ipiranga, que acompanharam a autuação da polícia,
pretendem recorrer da decisão.
""Entendo que há irregularidades no processo. Foram os seguranças que deram os nomes e os
garotos dizem que está havendo
perseguição", disse Barbosa.
Segundo os adolescentes, os
monitores escolheram a esmo
quem não queriam ver mais no
cadeião. ""Um deles disse que viu
três matando o rapaz, mas colocaram 17 na cadeia", disse E., 16, um
dos transferidos.
Os 17 negaram em depoimento
terem participado da rebelião e
do assassinato.
A atitude de transferir os garotos também foi alvo de críticas. ""A
remoção é ilegal, porque os locais
escolhidos são inadequados perante a lei, assim como é ilegal
manter os internos no cadeião",
afirmou Ariel de Castro Alves,
membro da Coordenação Estadual do Movimento nacional de
Direitos Humanos.
O secretário de Assistência e
Desenvolvimento Social Edsom
Ortega disse que o cadeião é um
abrigo provisório para os internos até que estejam prontas as novas unidades que estão sendo
construídas.
A Justiça deu 30 dias para que o
Cadeião de Santo André seja desocupado, prazo que vence no
próximo dia 23 de janeiro, por entender que o local não tem condições de abrigar os internos.
Agitação
Cerca de cem homens da tropa
de choque da Polícia Militar voltaram ao cadeião ontem à tarde,
por volta das 15h30, devido à
ameaça de uma nova rebelião.
Pelo menos dez internos deram
início a um tumulto, contido por
monitores da própria Febem.
O prédio não chegou a ser invadido. ""Recebemos uma notícia e
achamos melhor nos deslocar. Está tudo normal", disse o tenente-coronel da PM Silvio Villar.
(AS)
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