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Chuva mata 1 e deixa 3.500 desalojados
Homem morreu em Guarulhos e casas alagaram no interior de SP; Jardim Pantanal, inundado desde o dia 8, alagou de novo
No aeroporto de Cumbica, entre a 0h e o meio-dia de ontem, 40% dos voos atrasaram; em Perus, barracos foram interditados
Apu Gomes/Folha Imagem
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Mulher estende roupas no varal de sua casa, no Jardim Pantanal, na zona leste; novo temporal deixou ruas alagadas novamente
DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"
DA AGÊNCIA FOLHA
A chuva que começou na noite de anteontem e se estendeu
pela madrugada de ontem voltou a causar estragos em São
Paulo. Um homem morreu em
Guarulhos (Grande SP), barracos desabaram em Perus (zona
norte da capital), 3.500 pessoas
tiveram de deixar temporariamente suas casas no interior do
Estado e o Jardim Pantanal, região da zona leste que desde o
último dia 8 sofre com as enchentes, alagou novamente.
A região de Guarulhos, próxima ao aeroporto internacional
de Cumbica, foi uma das mais
afetadas. Segundo a prefeitura,
choveu anteontem na cidade
dez vezes mais do que o previsto para o dia. Cerca de 300 casas inundaram. Em alguns locais, a água subiu mais de um
metro e moradores tiveram
que ser resgatados de barco.
Um veículo foi arrastado pela
água para dentro de um ribeirão no Jardim Hanna matando
o motorista, o funileiro Israel
Botelho, 61. "Ele tentou dar ré,
mas a enxurrada jogou o carro
no córrego", disse o genro Robson de Jesus Pinheiro, 21.
Seis pessoas de uma mesma
família precisaram ser resgatadas pela PM após ficarem presas no carro em um ponto de
alagamento na avenida Jamil
João Zarif. "Comecei a perder o
controle do carro, mas consegui encostá-lo em um canteiro.
Foi o que nos salvou", disse o
ferramenteiro Dirlei da Silva.
O aeroporto de Cumbica
também foi afetado. Entre a
meia-noite e o meio-dia de ontem, 40% dos voos tinham atrasado e seis foram cancelados.
Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), os
aviões que deveriam pousar de
madrugada em Cumbica não
conseguiram por causa da chuva e tiveram que ir para outros
aeroportos. Alguns tinham
voos pela manhã e atrasaram
para chegar a Guarulhos.
Em Capivari (137 km de SP), o
transbordamento do rio Capivari, que divide a cidade, surpreendeu os moradores. Segundo o comandante do Corpo de
Bombeiros, subtenente Newton José Vaz de Lima, cerca de
800 casas foram atingidas.
"A água subiu muito rápido.
Muitas pessoas tiveram que subir no telhado de suas casas para conseguir escapar", disse.
Em Perus, seis barracos foram interditados pela Defesa
Civil. Anteontem, o chão de
quatro deles cedeu, e um homem caiu em um córrego. Seu
estado é grave.
Dezembro chuvoso
Desde o dia 1º, 31 pessoas
morreram em todo o Estado
por causa das chuvas. Segundo
o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergências), este é
o terceiro dezembro mais chuvoso dos últimos 15 anos, quando o monitoramento começou.
Nos 28 primeiros dias deste
dezembro, houve chuva em 21.
Já choveu 16% a mais do que o
previsto para todo o mês.
E as chuvas não devem dar
trégua, diz o meteorologista
Adilson Nazário. Elas voltam
na quarta e continuam até ao
menos quinta-feira, véspera de
Ano Novo. A explicação, diz ele,
é o fenômeno El Niño, que deixou as águas do oceano Pacífico
mais quentes, havendo mais
evaporação e mais nuvens.
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