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CRIME NA CLÍNICA
Entidade vai avaliar se acusado de esquartejar paciente tem condições mentais de exercer a medicina
CRM suspende registro de cirurgião plástico
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo suspendeu o registro profissional do
cirurgião plástico Farah Jorge Farah, 53, assassino confesso da sua
paciente Maria do Carmo Alves,
49. A entidade também vai avaliar
se o cirurgião tem condições
mentais de exercer a medicina.
Ontem, a polícia encontrou
amostras do que parece ser tecido
humano na clínica de Farah e no
armário do quarto que ele mantinha na casa dos pais. O material
será analisado pelo IML (Instituto
Médico Legal).
Maria do Carmo foi esquartejada na última sexta, na clínica de
Farah, em Santana (zona norte).
Preso na segunda, o médico confessou o crime, mas disse que sofreu um lapso de memória em relação aos detalhes do assassinato.
A suspensão provisória do cirurgião, ocorrida anteontem à
noite e divulgada ontem, foi uma
decisão unânime do plenário do
CRM. A entidade também abriu
procedimento administrativo, no
qual três psiquiatras farão uma
avaliação de Farah. Após uma entrevista com ele na cadeia, os psiquiatras farão relatório sobre as
condições mentais do acusado. A
decisão dos psiquiatras será votada pelo plenário do conselho.
Digitais
Ontem, a família de Farah procurou a polícia para dizer que encontrou um material suspeito no
armário do quarto que o cirurgião
ainda mantém na casa dos pais
-o médico tem seu próprio
apartamento, próximo à clínica.
A polícia avalia que o material,
guardado em um frasco de remédio, pode ser as digitais da vítima,
tiradas pelo cirurgião. A visita à
família de Farah esclareceu outras
dúvidas, e a polícia agora diz estar
certa de que ele agiu sozinho.
Farah teria na manhã de sábado
(o crime teria ocorrido por volta
das 18h30 de sexta) pedido carona
a um parente para levar os sacos
até seu apartamento. Foi essa pessoa, que não saberia o conteúdo
dos sacos, que teria sido vista entrando no prédio com o médico.
Policiais e peritos do IML estiveram na clínica. Mostras do que
parece ser tecido humano foram
achadas na banheira. Bisturis, tesouras e pinças (alguns instrumentos sujos de sangue) foram levadas para perícia. Fitas de vídeo,
gravadores, uma agenda com telefones e uma máquina fotográfica também foram apreendidas.
Segundo o diretor do IML, José
Jarjura Jorge Júnior, Farah precisou de pelo menos dez horas para
esquartejar e dissecar o corpo. Na
dissecação, usou bisturi e pinça
para retirar a pele e para limpar e
separar os músculos, como em
uma aula de anatomia humana.
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