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Depoente liga deputado a Beira-Mar
free-lance para a Folha
A testemunha-bomba Laércio
acusou ontem, na CPI, o deputado estadual Arlen Santiago (PTB-MG) e seu irmão, o empresário
Paulo César Santiago, de envolvimento com o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho
Beira-Mar, e de tráfico de drogas.
Durante o depoimento, ao qual
se apresentou usando máscara de
esquiador, Laércio afirmou: ""Não
tenho medo de nada. Se o senhor
quiser tiro a máscara agora mesmo". "Por favor, não", pediram
os deputados.
Laércio, que recebeu garantias
de vida da CPI, acusou de corrupção policiais do Depatri (Departamento de Proteção ao Patrimônio) de São Paulo. Segundo ele, os
policiais extorquiam dinheiro de
traficantes.
""Quando eles apreendem 200
kg, ficam com 50 kg e liberam o
resto. O traficante é solto, basta
ter dinheiro", afirmou.
Ele citou os nomes de doutor
Marcelo (2ª Delegacia de Roubos
de Carga), Juvandir e Marquinho
(63ª Delegacia de Policia), Mucini, Celso, Juaci, Marcão, Valtinho,
Manoel e Lucindo (Depatri). ""Ti-rando o Garra (Grupo Armado de
Repressão a Roubos e Assaltos),
todas as delegacias do Depatri
participavam", disse.
Segundo Laércio, ex-informante da polícia, o traficante Fernandinho Beira-Mar chegou a frequentar seu bar em Montes Claros (MG), e ia sempre à cidade.
A testemunha disse que Paulo
César Santiago tem três aviões,
várias empresas e imóveis no Rio
de Janeiro e em MG. No Rio, seriam duas concessionárias (Rio
Car) e em Montes Claros, outra
(Altos Montes).
Segundo Laércio, a campanha
do deputado Santiago foi financiada pelo traficante. Ele afirmou
também que Beira-Mar, quando
ia a Montes Claros, ficava na casa
de Paulo César Santiago.
Outro lado
A assessoria do deputado Santiago informou que o parlamentar nunca manteve negócios com
o irmão Paulo César Santiago que
atualmente mora no Rio.
Segundo a assessoria, o deputado só se manifestará sobre as acusações depois de tomar conhecimento de todo o depoimento de
Laércio dado à CPI.
A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo informou ontem que o secretário Marco Vinicio Petrelluzzi só vai se pronunciar após análise das informações.
Um dos citados já tinha sido
identificado ontem: o delegado da
2ª Delegacia de Roubos de Cargas
do Depatri, Marcelo (não foi divulgado o sobrenome).
A Folha tentou falar com Marcelo e com o diretor do Depatri,
mas os dois estavam reunidos.
Colaborou a Agência Folha, em BH, e a Reportagem Local
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