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São Paulo, domingo, 30 de março de 2003

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Banco Mundial já propôs mudar ensino superior

DA REPORTAGEM LOCAL

Uma política de influência de organismos internacionais econômicos na educação nacional já se manifesta desde os anos 90.
O documento do Banco Mundial chamado "Higher Education - The Lessons of Experience" ("Educação Superior - As Lições da Experiência"), de 1994, defende que universidades da América Latina deveriam abandonar o modelo de entidade que faz pesquisa, e partir para faculdades "não-universitárias" (institutos técnicos, cursos de curta duração).
Educadores criticam essa visão. Roberto Leher, coordenador do Observatório Social de Políticas Educacionais da América Latina, avalia que é uma tentativa de esvaziar as universidades.
Luiz Carlos Gonçalves Lucas, presidente da Andes (sindicato de professores universitários), afirma que "não querem que a periferia do mundo produza conhecimento e acumule capital".
Lauritz Holm-Nielsen, especialista em educação superior do Banco Mundial, diz que o documento de 1994 "é velho e está ultrapassado". O banco lançou dois outros documentos sobre o assunto em 2002 -um geral e outro sobre o Brasil, "Higher Education in Brazil: Challenges and Options" ("Educação Superior no Brasil - Desafios e Opções").
A análise deixa transparecer uma crítica a respeito da regulamentação no Brasil.
"Nos anos 90, (...) as instituições privadas são praticamente dependentes de seus cursos, sem mais ajuda de recursos públicos, mas ainda estão sujeitas a vários tipos de controle público", diz o documento. (APF)

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