THIAGO REIS
DA AGÊNCIA FOLHA

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) irá regulamentar a venda do caldo de cana em todo o país, após o surto de doença de Chagas que já matou cinco pessoas em Santa Catarina.
A resolução deve ser submetida a consulta pública na próxima semana e publicada em breve, pois, segundo a agência, "a situação é emergencial".
A norma trará procedimentos sobre a estocagem da cana, a proteção contra insetos e a higienização do local e do moedor.
Técnicos da Anvisa chegam hoje a Santa Catarina para discutir propostas e redigir a nova lei.
De acordo com a diretora da Vigilância Sanitária de Santa Catarina, Raquel Bittencourt, muitos municípios não têm vigilância sanitária estruturada e, por isso, a fiscalização fica comprometida.
Questionada sobre a possibilidade de os contaminados entrarem na Justiça, ela reconhece que é uma saída. "Eles estão no direito deles como consumidores."
A Anvisa também proibiu no país a doação de sangue de pessoas que tenham consumido caldo de cana no trecho Piçarras-Itajaí, às margens da BR-101, para impedir uma transmissão em cadeia da doença de Chagas.
Segundo o Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina, o Estado já havia tomado esse cuidado e o resultado foi uma queda de 30% nas doações de fevereiro para março.
O ideal é ter estoque de 500 bolsas de sangue por dia; hoje, está abaixo de 300.
Ontem, a Vigilância Epidemiológica aumentou para 28 o número de pessoas que tiveram a confirmação da doença.


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