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ACIDENTE
Estouro, ocorrido durante a perfuração de um poço clandestino, deixou um morto e cinco feridos; seis carros foram danificados
Explosão em posto mata e atinge casas em SP
VICTOR RAMOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma pessoa morreu e outras
cinco ficaram feridas em conseqüência de uma explosão ocorrida em um posto de gasolina, na
avenida Sapopemba, zona leste de
São Paulo. A explosão ocorreu
por volta das 12h, durante a perfuração de um poço clandestino.
A força do ar deslocado arrancou parte do telhado do posto Albatroz, danificou seis carros e
chegou a estilhaçar vidraças de
casas do outro lado da avenida, a
uma distância de 20 metros.
José Pedro Alves dos Santos, 66,
estava trabalhando no interior do
poço, a cerca de 14 metros de profundidade, quando uma faísca
detonou a explosão. Santos morreu na hora. Dois proprietários do
posto, um frentista e dois ajudantes de Santos ficaram feridos.
De acordo com a Cetesb (agência ambiental paulista), a causa
provável foi o vazamento de combustível de um dos oito tanques
que há no posto. O gás liberado na
evaporação do combustível teria
ficado no subsolo e uma faísca,
possivelmente da lanterna de
Santos, originou a explosão.
O vendedor ambulante Emerson Gomes dos Santos, 24, havia
acabado de parar seu Monza preto para abastecer quando ocorreu
o estouro. "Senti o carro inteiro
sair do chão", disse.
Francisco José dos Santos Lamegal -um dos proprietários-
foi levado ao Hospital das Clínicas, onde foi constatado traumatismo craniano, além das queimaduras. Segundo a assessoria do
hospital, seu estado era grave.
Os outros feridos foram para o
Hospital Geral de São Mateus.
Antonio Francisco dos Santos
-o outro proprietário-, Erisvaldo Sousa da Silva, frentista, e
José Carlos de Araújo Lemos
-auxiliar de Santos- sofreram
queimaduras de segundo e terceiro graus na região do rosto e do
pescoço e foram internados, mas
não corriam risco de morte. Wilson Miranda da Silva, sobrinho de
Santos, teve queimaduras de 2º
grau e ficou em observação.
Irregularidades
A Cetesb informou que o posto
estava em situação irregular, pois
não possuía a licença da agência.
Além disso, segundo o Daee (Departamento de Águas e Energia
Elétrica do Estado), não havia pedido por parte do posto para que
fosse feito o poço, o que caracteriza a obra como clandestina.
Já a Subprefeitura de São Mateus não soube informar se o posto tinha alvarás de funcionamento e de reforma (necessário para a
instalação do poço), pois esses dados não podiam ser acessados ontem devido à falta de energia elétrica no local. Os donos seriam intimados a apresentar os dois alvarás dentro de 48h.
O delegado Maurício Ahvener
de Siqueira e Souza informou que
os donos dos postos poderão responder por homicídio e lesão corporal culposos (sem intenção).
Os proprietários do posto, feridos, não puderam ser ouvidos pela polícia. O advogado Jair Silva
Cardoso compareceu à delegacia,
junto com o gerente do posto, Helio Lamegal da Cunha, que foi
prestar depoimento. De acordo
com o advogado, até a tarde de
ontem não houve tempo para que
fossem levantados todos os documentos do estabelecimento.
"Parece que é uma sina perder
todos que a gente gosta." Maria da
Cruz Ferreira, 40, filha de Santos,
morto na explosão, descreveu assim sua impressão depois do
ocorrido. A vendedora de sucatas
para reciclagem já havia perdido,
apenas nos últimos três meses,
um irmão, vítima de um derrame,
e o sogro, em razão de câncer.
Colaborou AMARÍLIS LAGE, da Reportagem Local
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