|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Filha de morto diz que não irá processar posto
DA REPORTAGEM LOCAL
"Parece que é uma sina
perder todos de que a gente
gosta." Maria da Cruz Ferreira, 40, filha de José Pedro
Alves dos Santos, morto na
explosão de ontem, descreveu assim sua impressão depois do ocorrido. A vendedora de sucatas para reciclagem já havia perdido, apenas nos últimos três meses,
um irmão, vítima de um
derrame, e um sogro, em razão de câncer.
Ela contou que seu pai havia sido contratado anteontem para o trabalho no posto
Albatroz. Segundo o relato
que Santos fez a ela, o poço
havia sido iniciado por outras pessoas, que abandonaram o trabalho. Ele aceitou
terminar o serviço.
"Meu pai me disse: "Já cavaram 12 metros, só falta um
e meio. Vão pagar R$ 1.000.
Eu vou'", disse. Segundo ela,
o pai trabalhava com perfuração de poços há mais de 30
anos. "É ilegal, né? A gente
sabia. Mas ele precisava trabalhar." Por ver o trabalho
que o pai fazia como necessidade, ela disse que não irá
processar os donos do posto.
"Meu pai queria ser enterrado na Bahia, onde nasceu.
Mas com o que ganho, não
dá para mandar ele para lá.
Além disso, quero meu pai
por perto." Ferreira mora
com o marido e, além dos
produtos para reciclagem,
também tem pequeno negócio de venda de gás.
(VR)
Texto Anterior: Acidente: Explosão em posto mata e atinge casas em SP Próximo Texto: Educação: Proposta do MEC permite união entre universidades federais e estaduais Índice
|