UOL


São Paulo, quarta-feira, 30 de abril de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

50% "dariam tudo" para ter ereção

AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Metade dos homens que sofrem de disfunção erétil "daria tudo para resolver" o problema. Esse "tudo", que "revela a angústia dessas pessoas", poderia ser resolvido com uma visita ao médico.
No entanto, de acordo com várias pesquisas feitas no Brasil, menos de 15% dos que sofrem com disfunção erétil fazem tratamento. Já a maior parte dos diabéticos e hipertensos procura se tratar.
Esse quadro aparece em pesquisa com 3.055 brasileiros, 13% dos quais disseram sofrer de disfunção erétil grave ou moderada. O estudo, que foi feito ao mesmo tempo em sete outros países, foi apresentado ontem, em São Paulo, no lançamento do Levitra (vardenafil), uma nova droga para disfunção erétil dos laboratórios Bayer e GlaxoSmithKline. As empresas, que patrocinaram a pesquisa, escolheram um motel para lançar o novo medicamento.
O Levitra, que custa R$ 29 por comprimido (preço máximo), promete ser bem mais potente que seus concorrentes e tem efeito de até oito horas. Na véspera, o laboratório Eli Lilly lançou o Cialis, cuja duração pode se estender de 24 a 36 horas. O preço é o mesmo.
As duas drogas têm mecanismo de ação idêntico ao da ação do pioneiro Viagra, vendido no Brasil desde 1998 e campeão de vendas (seu preço máximo vai de R$ 25 a R$ 38, dependendo da dosagem). As três drogas dependem de um estímulo sexual para que haja a ereção.

Cobrança
A pesquisa divulgada ontem foi feita por telefone e pela internet, o que significa um grupo de maior poder aquisitivo e escolaridade, diz a psiquiatra Carmita Abdo, do Projeto Sexualidade, do Hospital das Clínicas, e que fez a interpretação dos estudos.
Entre os 417 com problema de ereção, 20% disseram que suas mulheres "cobram muito a busca de uma solução".
"O dado mais importante é o de saúde", diz Carmita Abdo. "Quem tem problema de ereção tem também um problema físico ou psicológico que precisa ser tratado. É preciso que médico e paciente falem sobre isso." Segundo ela, muitas vezes o paciente interrompe um tratamento de hipertensão ou depressão com medo de que o medicamento diminua a libido e a ereção. "Ele precisa saber agora que há remédios que evitam esses efeitos e que seu tratamento pode ser mantido sem risco para sua vida sexual."


Texto Anterior: PF investiga mortes por falta de UTI no Ceará
Próximo Texto: Narcotráfico: "Químico" do PCC é preso em São Paulo
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.