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50% "dariam tudo" para ter ereção
AURELIANO BIANCARELLI
DA REPORTAGEM LOCAL
Metade dos homens que sofrem
de disfunção erétil "daria tudo para resolver" o problema. Esse "tudo", que "revela a angústia dessas
pessoas", poderia ser resolvido
com uma visita ao médico.
No entanto, de acordo com várias pesquisas feitas no Brasil, menos de 15% dos que sofrem com
disfunção erétil fazem tratamento. Já a maior parte dos diabéticos
e hipertensos procura se tratar.
Esse quadro aparece em pesquisa com 3.055 brasileiros, 13% dos
quais disseram sofrer de disfunção erétil grave ou moderada. O
estudo, que foi feito ao mesmo
tempo em sete outros países, foi
apresentado ontem, em São Paulo, no lançamento do Levitra (vardenafil), uma nova droga para
disfunção erétil dos laboratórios
Bayer e GlaxoSmithKline. As empresas, que patrocinaram a pesquisa, escolheram um motel para
lançar o novo medicamento.
O Levitra, que custa R$ 29 por
comprimido (preço máximo),
promete ser bem mais potente
que seus concorrentes e tem efeito
de até oito horas. Na véspera, o laboratório Eli Lilly lançou o Cialis,
cuja duração pode se estender de
24 a 36 horas. O preço é o mesmo.
As duas drogas têm mecanismo
de ação idêntico ao da ação do
pioneiro Viagra, vendido no Brasil desde 1998 e campeão de vendas (seu preço máximo vai de R$
25 a R$ 38, dependendo da dosagem). As três drogas dependem
de um estímulo sexual para que
haja a ereção.
Cobrança
A pesquisa divulgada ontem foi
feita por telefone e pela internet, o
que significa um grupo de maior
poder aquisitivo e escolaridade,
diz a psiquiatra Carmita Abdo, do
Projeto Sexualidade, do Hospital
das Clínicas, e que fez a interpretação dos estudos.
Entre os 417 com problema de
ereção, 20% disseram que suas
mulheres "cobram muito a busca
de uma solução".
"O dado mais importante é o de
saúde", diz Carmita Abdo.
"Quem tem problema de ereção
tem também um problema físico
ou psicológico que precisa ser tratado. É preciso que médico e paciente falem sobre isso." Segundo
ela, muitas vezes o paciente interrompe um tratamento de hipertensão ou depressão com medo
de que o medicamento diminua a
libido e a ereção. "Ele precisa saber agora que há remédios que
evitam esses efeitos e que seu tratamento pode ser mantido sem
risco para sua vida sexual."
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