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RIO
Polícia diz ter interceptado conversa em que traficante comenta que esconderijo localizado anteriormente não era o único
Grampo revela mais 4 arsenais em favela
ALESSANDRO FERREIRA
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
A quadrilha do traficante Robson André da Silva, o Robinho
Pinga, líder da facção TCP (Terceiro Comando Puro), tem mais
quatro arsenais escondidos na favela da Coréia (na zona oeste do
Rio). Os paióis, segundo a Polícia
Civil, são parecidos com o achado
na semana passada na favela, onde havia oito minas, 161 granadas
e cerca de 19 mil munições.
A informação foi obtida pela
polícia por meio de interceptações telefônicas feitas com autorização judicial em aparelhos usados pelo tesoureiro da quadrilha,
Jorge Fernandes Valgode, o Russo, preso anteontem. A escuta foi
feita após a apreensão do arsenal.
Nas conversas gravadas, Russo
diz a cúmplices que a quadrilha
não teve prejuízo com a perda do
arsenal porque tem mais quatro.
Ele não diz se os outros têm minas. Russo, segundo as escutas, é
o responsável por comprar, de
contrabandistas paraguaios, armas e explosivos para Pinga.
Surgiram mais indícios da ligação entre o grupo de Pinga e traficantes da Rocinha (zona sul).
O chefe da Polícia Civil, Álvaro
Lins, disse ter sido informado de
que, no dia 18, um dos chefes do
tráfico na Rocinha, Erismar Moreira, o Bem-Te-Vi, esteve no
complexo de favelas do Dendê
(zona norte), controlado pelo
TCP, negociando com os traficantes. Outro indício da aliança foi a
apreensão na Rocinha de uma
granada M-20 que seria do mesmo lote das achadas na Coréia.
Seminário
Cerca de 90% das armas apreendidas no Sudeste tinham como
destino ou estavam sob posse de
traficantes de drogas. As rotas
usadas pelos contrabandistas não
diferem dos caminhos usados para o comércio legal e o turismo.
As informações foram dadas
ontem pelo delegado Roberto
Prel, da Polícia Federal, no segundo dia do Semintar (Seminário
Internacional de Armas), promovido pelo governo do Rio e pela
ONU. Segundo ele, as principais
rotas vêm do Paraguai, entrando
pelo Paraná ou por Mato Grosso
do Sul, chegando a Rio e São Paulo pelas estradas.
Ontem, durante a entrega de
290 novos carros para as polícias
Civil e Militar, o secretário de Segurança Anthony Garotinho fez
um balanço positivo de seu primeiro ano à frente da pasta. Ele
disse que, apesar de "algumas
aves agourentas tentarem dificultar o trabalho da polícia", conseguiu reduzir dez dos principais
índices de criminalidade do Rio.
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