São Paulo, sexta-feira, 30 de abril de 2004

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MORTE EM PERDIZES

Com a medida, o estudante de 21 anos ficará preso até ser julgado pela morte do pai e da madrasta

Justiça decreta a prisão preventiva de Gil

DO "AGORA"

A juíza Sílvia Maria Facchina Martinez, do 5º Tribunal do Júri, decretou ontem a prisão preventiva -válida até o julgamento- do estudante Gil Grecco Rugai, 21.
O rapaz foi acusado formalmente pelo Ministério Público Estadual de ter participado dos assassinatos do pai, o publicitário Luiz Carlos Rugai, 40, e da madrasta, Alessandra de Fátima Troitino, 33. As mortes ocorreram no dia 28 de março, em uma casa de alto padrão no bairro de Perdizes (zona oeste de SP). O rapaz nega os crimes.
A decisão foi tomada logo após a juíza receber do Ministério Público a denúncia contra o estudante por duplo homicídio. Gil também foi denunciado pelo crime de estelionato continuado -ele confessou ter cometido desfalques na empresa de seu pai, a Referência Filmes.
Caso seja condenado, segundo a promotora pública Mildred Gonzalez Campi -a mesma que ofereceu à Justiça a denúncia contra Gil-, ele poderá pegar até 32 anos de prisão -14 anos por cada um dos homicídios e quatro anos pelo estelionato.
Os homicídios foram classificados pela Promotoria como cometidos por motivo torpe, ou seja, fútil. O principal motivo, ainda de acordo com a promotora, foi a briga por dinheiro entre pai e filho. No dia 21 de maio, Gil será interrogado, às 15h, no Fórum Criminal Mário Guimarães, na Barra Funda (zona oeste), pela juíza Martinez e pela promotora.
A promotora revelou que os cinco tiros de pistola 380 mm que mataram Alessandra chegaram a fazer com que o sangue dela espirasse a 1,80 m de altura, atingindo a porta de entrada da cozinha da casa. "Foi por isso que o Gil mandou lavar suas roupas no dia seguinte. Ele não queria mesmo que as manchas de sangue aparecessem", falou a promotora.

Transferência
No início da noite de ontem, Gil foi transferido da carceragem do 77º DP (Santa Cecília), onde cumpria prisão temporária desde o dia 6 de abril, para o CDP 2 (Centro de Detenção Provisória) do Belém (zona leste).
Nos próximos dez dias, o estudante ficará sozinho em uma cela separada do chamado R.O. (Regime de Observação). Só depois de estar adaptado à rotina do presídio ele irá conviver com os demais detentos.
Somente a partir do 11º dia no CDP Gil poderá receber visitas de parentes. Até lá, somente seus advogados poderão vê-lo.
(ANDRÉ CARAMANTE)


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