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Metrô terá baia contra tumulto no embarque
Barras que separam passageiros que saem dos que entram em vagão, em teste desde 2008 na estação Paraíso, serão usadas em outras sete
Apesar dos testes, sistema usado para lidar com a superlotação ainda tem defeitos que complicam
a vida dos passageiros
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
LETICIA DE CASTRO
DA REPORTAGEM LOCAL
Cada vez mais superlotado, o
Metrô paulistano decidiu adotar agora um novo sistema para
diminuir a confusão e o empurra-empurra no momento do
embarque e do desembarque.
Sete das 61 estações do Metrô
de São Paulo vão ganhar baias
para separar quem entra de
quem sai do vagão. O sistema já
é testado desde outubro de
2008 numa das plataformas da
estação Paraíso, na linha azul,
sentido zona norte.
As baias direcionam o usuário que vai embarcar para o
meio da porta do vagão, enquanto quem vai desembarcar
sai pelas laterais da porta.
É uma forma de tentar atenuar os obstáculos enfrentados
pelos usuários diante dos sucessivos recordes de passageiros. No ano passado, foram pagas 705,8 milhões de tarifas nas
linhas, 3,1% a mais do que em
2008, demanda que vai continuar crescendo graças à inauguração de novas estações.
Segundo previsão do Metrô,
as baias serão instaladas no
prazo de oito meses, nas estações Ana Rosa, Santana, Portuguesa-Tietê, São Bento, Santa
Cruz, Consolação e Brigadeiro.
Essas estações têm em comum, além da superlotação, a
frequência de usuários não habituados a utilizar o metrô
-como turistas que vão às lojas
populares da rua 25 de março,
no exemplo da São Bento.
Embora o Metrô diga que o
sistema de baias tenha aprovação de 87% dos usuários, no Paraíso, a Folha constatou ontem
que ainda existem problemas.
Em algumas viagens, o trem
não encosta sincronizado com
a baia, e o espaço em um dos lados fica insuficiente para sair.
Também falta sinalização para
os pontos de entrada e saída.
Embora elogiada, a organização das filas é um sintoma de
que o Metrô está esgotado, dizem especialistas. "O metrô está atraindo usuários de outros
meios", diz José Geraldo Baião,
presidente da associação que
reúne engenheiros e arquitetos
de metrô. Uma das razões é a
piora no trânsito da cidade.
Em 2009, a velocidade média
dos veículos nas ruas paulistanas caiu, no pico da tarde (17h
às 20h), de 18 km/h em 2008
para 15 km/ h.
Com mais gente disputando
espaço nos vagões, caiu a qualidade no acesso. "Até tempos
atrás, quem usava a linha da
Paulista tinha um tipo de hábito [mais cordial]. Depois que
lotou, as pessoas passaram a
dar cotoveladas", diz.
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