São Paulo, sexta-feira, 30 de abril de 2010

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Metrô terá baia contra tumulto no embarque

Barras que separam passageiros que saem dos que entram em vagão, em teste desde 2008 na estação Paraíso, serão usadas em outras sete

Apesar dos testes, sistema usado para lidar com a superlotação ainda tem defeitos que complicam a vida dos passageiros

JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
LETICIA DE CASTRO

DA REPORTAGEM LOCAL

Cada vez mais superlotado, o Metrô paulistano decidiu adotar agora um novo sistema para diminuir a confusão e o empurra-empurra no momento do embarque e do desembarque.
Sete das 61 estações do Metrô de São Paulo vão ganhar baias para separar quem entra de quem sai do vagão. O sistema já é testado desde outubro de 2008 numa das plataformas da estação Paraíso, na linha azul, sentido zona norte.
As baias direcionam o usuário que vai embarcar para o meio da porta do vagão, enquanto quem vai desembarcar sai pelas laterais da porta.
É uma forma de tentar atenuar os obstáculos enfrentados pelos usuários diante dos sucessivos recordes de passageiros. No ano passado, foram pagas 705,8 milhões de tarifas nas linhas, 3,1% a mais do que em 2008, demanda que vai continuar crescendo graças à inauguração de novas estações.
Segundo previsão do Metrô, as baias serão instaladas no prazo de oito meses, nas estações Ana Rosa, Santana, Portuguesa-Tietê, São Bento, Santa Cruz, Consolação e Brigadeiro.
Essas estações têm em comum, além da superlotação, a frequência de usuários não habituados a utilizar o metrô -como turistas que vão às lojas populares da rua 25 de março, no exemplo da São Bento.
Embora o Metrô diga que o sistema de baias tenha aprovação de 87% dos usuários, no Paraíso, a Folha constatou ontem que ainda existem problemas. Em algumas viagens, o trem não encosta sincronizado com a baia, e o espaço em um dos lados fica insuficiente para sair. Também falta sinalização para os pontos de entrada e saída.
Embora elogiada, a organização das filas é um sintoma de que o Metrô está esgotado, dizem especialistas. "O metrô está atraindo usuários de outros meios", diz José Geraldo Baião, presidente da associação que reúne engenheiros e arquitetos de metrô. Uma das razões é a piora no trânsito da cidade.
Em 2009, a velocidade média dos veículos nas ruas paulistanas caiu, no pico da tarde (17h às 20h), de 18 km/h em 2008 para 15 km/ h.
Com mais gente disputando espaço nos vagões, caiu a qualidade no acesso. "Até tempos atrás, quem usava a linha da Paulista tinha um tipo de hábito [mais cordial]. Depois que lotou, as pessoas passaram a dar cotoveladas", diz.


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