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VIOLÊNCIA
Secretaria diz que faltou prova
Rio arquivou apuração pedida pelo Exército
DA SUCURSAL DO RIO
O subsecretário de Inteligência
da Secretaria de Segurança do
Rio, Romeu Ferreira, afirmou ontem que recomendou o arquivamento em março de 1999, por falta de provas, de uma investigação
sobre a suposta ligação entre o
atual secretário estadual de Esportes, Francisco de Carvalho, o
Chiquinho da Mangueira, e o traficante Francisco Paulo Testas
Monteiro, o Tuchinha, hoje preso. A apuração foi pedida em dossiê enviado à secretaria pelo Centro de Inteligência do Exército.
O subsecretário afirmou que
Chiquinho da Mangueira tem relações com o tráfico, "mas não
uma relação criminosa". Seria, segundo ele, uma relação como a de
outros dirigentes comunitários
do Rio, para obter permissão para
fazer trabalho social nas favelas.
Romeu Ferreira, que é coronel
reformado do Exército e na época
chefiava o Cisp (Centro de Inteligência de Segurança Pública), disse que o documento militar lhe
pareceu "fantasioso e baseado na
teoria da conspiração".
Trechos do documento militar
foram publicados ontem pelo jornal "O Globo". O pedido feito à
Secretaria de Segurança buscava
comprovar ligações entre líderes
comunitários de favelas, incluindo Chiquinho da Mangueira, com
traficantes e dois membros das
Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
Os colombianos Olivério Medina (cujo nome verdadeiro é Francisco Collaso) e Hernan Ramírez
estavam, na época, tentando abrir
um escritório político-diplomático das Farc no Brasil. Pelo documento, eles teriam se encontrado
com o presidente da associação
de moradores do Buraco Quente,
na Mangueira.
As Forças Armadas suspeitavam que as Farc iriam ministrar
cursos de guerrilha para traficantes do Rio. Ferreira disse que, para
continuar a investigação, teria
que fazer escuta telefônica, mas
não encontrou elementos para
transformar a investigação em inquérito, o que permitiria obter
autorização judicial para a escuta.
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