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DROGAS
Denarc revistou 1.200 pessoas em três danceterias e só liberou um grupo de adolescentes alcoolizados após chamar os pais
Polícia faz blitz em bares da Vila Olímpia
DA REPORTAGEM LOCAL
As luzes são acesas de repente.
Em meio à música alta, porções
de drogas começam a ser encontradas pelo chão. Pessoas tentam
passar despercebidas para não serem revistadas. Há adolescentes,
que nem deveriam estar ali, aparentemente embriagados.
O cenário resume as seis horas
de operação do Denarc (Departamento Estadual de Investigações
sobre Narcóticos) em casas noturnas, na madrugada de ontem,
no coração jovem da noite paulistana: a Vila Olímpia, na zona oeste da capital.
Em três casas -Lombok, The
One e Lov.e-, policiais apreenderam 15 comprimidos de ecstasy, 193 gramas de maconha sob
a forma de cigarros, 15 gramas de
cocaína e uma pistola.
Cerca de 1.200 pessoas foram revistadas e 36 carros abordados
nos arredores. Dez adolescentes
foram apreendidos com sinais de
embriaguez, todos com menos de
14 anos, e liberados mais tarde para os pais, na delegacia.
A operação, batizada de "Dancing 2", é a segunda realizada na
região em menos de um mês. Segundo o delegado Ivaney Cayres
de Souza, diretor do Denarc, o
trabalho é preventivo, não tem
como finalidade apreender grandes quantidades de drogas, mas
"acabar com a sensação de território livre para o consumo de drogas encontradas nesses locais".
Pela primeira vez, a ação contou
com apoio da Polícia Militar, que
fez blitze nos arredores das casas
noturnas, e do Corpo de Bombeiros, que verificou as condições de
de segurança nesses estabelecimentos. Mais de 150 policiais foram mobilizados.
"Faltavam extintores, saídas de
emergência e uma delas tinha alvará vencido em 2001 para receber 149 pessoas, mas, na verdade,
encontramos mais de 1.000 lá
dentro", diz o delegado.
Os bombeiros vão enviar à Prefeitura de São Paulo, a quem cabe
fiscalizar esse tipo de irregularidade, um relatório sobre as falhas de
segurança encontradas.
Em outra frente na noite paulistana, o Denarc tem infiltrado policiais em festas rave para identificar fornecedores de drogas sintéticas, como ecstasy e LSD.
Nos últimos dez meses, o departamento apreendeu 5.000 comprimidos de ecstasy, 1,9 mil tubos
de lança-perfume, 15 kg de maconha e 3,5 kg de cocaína.
A partir das operações "Dancing", o Denarc irá avaliar em inquérito se responsabiliza ou não
os donos dos estabelecimentos
pelos focos de consumo de drogas
encontrados nas casas noturnas e
pela venda de bebidas a menores.
Ontem, a Folha não conseguiu
localizar representantes das três
casas noturnas visitadas.
Segundo o advogado Walter
Ceneviva, colunista da Folha, os
donos dos bares só podem ser responsabilizados se for comprovado que eles facilitaram, diretamente, o consumo de drogas. De
outro modo, a penalidade deve
incidir só sobre o envolvido.
Sobre as revistas feitas pelos policiais, o advogado alerta que podem caracterizar-se como uma
violação à intimidade dos frequentadores, a não ser que estes
estivessem apresentando algum
tipo de conduta imprópria.
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