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TRANSPORTE
Resultado, no entanto, não reverteu em ganho eleitoral para a prefeita, conforme revela pesquisa Datafolha
Bilhete único de Marta é aprovado por 81%
DA REDAÇÃO
A implantação do bilhete único
na rede de transporte coletivo
(ônibus, miniônibus e microônibus) administrada pela Prefeitura
de São Paulo conta com a aprovação de 81% dos paulistanos.
Em vigor desde 18 de maio, o
novo sistema permite que os passageiros façam deslocamentos livres nos coletivos municipais no
intervalo de duas horas, pagando
uma única tarifa de R$ 1,70.
O apoio da maioria à iniciativa
da gestão Marta Suplicy (PT) é
obtido inclusive entre aqueles que
têm uma avaliação negativa do
governo municipal (68%) e dos
correligionários do principal partido de oposição, o PSDB (82%).
Os dados são de pesquisa Datafolha realizada em 24 e 25 deste mês.
Bilhete x voto
O potencial eleitoral do bilhete
único, ao menos neste momento,
não se mostra tão eficaz como desejaria a prefeita Marta, candidata
à reeleição. Entre os que usam o
cartão magnético, ela teria 27%
dos votos -está estatisticamente
empatada com o líder da disputa,
José Serra, do PSDB, que tem
30%. Segundo o Datafolha, no
conjunto dos paulistanos, a diferença de intenção de votos de ambos (20% e 30%, respectivamente) está fora da margem de erro da
pesquisa -três pontos percentuais para mais ou para menos.
Por outro lado, a iniciativa da
gestão petista pode ser o grande
cabo eleitoral de Marta, se levado
em conta que 79% dos paulistanos utilizam o ônibus como o
meio de transporte mais freqüente em seu dia-a-dia e que apenas
27% da população já utilizou esse
benefício que, efetivamente, reduziu seu gasto com deslocamentos
cotidianos pela cidade.
O trabalhador que utiliza o ônibus quatro vezes ao dia consegue
economizar cerca de R$ 70 em um
mês com a adesão ao novo bilhete, segundo a prefeitura.
Num primeiro balanço, a Secretaria Municipal dos Transportes
informou que, em seu primeiro
mês, 57% dos 3 milhões de usuários de transporte coletivo tinham
aderido ao bilhete único. A expectativa é que essa taxa chegue aos
90% no final de agosto.
Entre os técnicos em transporte
público, há uma polêmica sobre a
possibilidade dessa forma de bilhetagem, à medida em que aumenta sua taxa de adesão, se
transformar em sugador de verba
pública na forma de subsídio. Afinal, serão mais pessoas usando
ônibus e/ou lotações mais vezes
por um mesmo preço.
Os representantes da prefeitura
alegam que o risco não existe. Dizem que as viações ganharam
com a reestruturação do transporte coletivo ao ser eliminada a
sobreposição de linhas, ao ser obtido o aumento da fluidez do tráfego e, com a renovação da frota,
que reduziu o gasto com manutenção dos veículos. Além, óbvio,
de ampliar o número de usuários
do sistema, inclusive com a migração de passageiros do metrô,
cuja tarifa é mais cara (R$ 1,90).
Informação
O Datafolha revela que a publicidade do bilhete único, que custou cerca de R$ 3 milhões aos cofres municipais, foi eficiente. Dois
terços dos paulistanos têm uma
avaliação positiva das informações prestadas sobre o funcionamento do sistema.
Pouco menos de três quartos
(71%) consideram ótimo/bom o
tempo de duas horas estabelecido
para se deslocar pela cidade em
quantos ônibus/lotações forem
necessários ao custo de R$ 1,70.
No sistema, o ponto que menos
satisfaz o morador de São Paulo é
o processo para adquirir e recarregar o cartão magnético (59% de
taxa de aprovação).
O interessado em possuir o bilhete único deve se dirigir a casas
lotéricas ou postos da SPTrans
(empresa que gerencia o transporte coletivo) para retirar gratuitamente seu cartão e carregá-lo
com valores de R$ 8,50 a R$ 100.
Nos primeiros dias de implantação da bilhetagem eletrônica, os
interessados tiveram de enfrentar
longas filas por causa de inadequações da rede digital para a carga inicial dos cartões magnéticos.
Avaliação do sistema
Os 1.083 eleitores paulistanos
com mais de 16 anos ouvidos pelo
Datafolha demonstram estar
mais satisfeitos com os transporte
gerido pelo poder público.
A aprovação do sistema de ônibus é recorde -38%, sete pontos
percentuais a mais do que a taxa
verificada em março. O serviço
das lotações é ótimo/bom para
41%. O metrô, nas mãos do governo estadual, tem um grau de satisfação recorde de 79%.
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