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"Sabia que Deus me ouviria", diz Suzane a diretora
DO ENVIADO A RIO CLARO
Nos dez meses em que permaneceu em Rio Claro, Suzane von
Richthofen não recebeu nenhuma vez a visita de seu irmão, Andreas. Também foi ali que ela soube da morte de sua avó paterna,
Margot Gude Hahmann, a quem
era muito ligada. Em julho de
2004, Margot depôs no 1º Tribunal do Júri de São Paulo e disse
que seu desejo era que Suzane, assim que solta, morasse com ela.
De acordo com a diretora do
Centro de Ressocialização Feminino, Irani Torres, Suzane tinha
um bom relacionamento com as
outras detentas, que, ainda segundo ela, comemoraram a decisão
de a estudante poder esperar o
julgamento em liberdade.
A diretora afirmou que Suzane,
ao saber que seria solta, lhe disse:
"Está vendo, doutora? Sabia que
Deus iria me ouvir".
Segundo o advogado Heitor Alves, que defende outras presas no
mesmo centro, Suzane dava aulas
de inglês a outras detentas e estudava enfermagem.
Torres disse que estava assustada quando chegou ao centro, em
agosto de 2004. Ela havia sido
transferida da Penitenciária Feminina do Carandiru após uma
rebelião. Lá, era alvo de constantes ameaças. A diretora afirmou
que chegou a receber cartas e telefonemas com ameaças a Suzane
quando ela chegou ao centro.
Ontem, em seu último dia no
Centro de Ressocialização Feminino, Suzane teria passado pelo
salão de beleza onde trabalham as
próprias presas. Segundo o advogado Alves, esse é um hábito das
detentas antes de serem soltas.
O centro de ressocialização tem
120 detentas divididas em oito
alojamentos com 15 vagas cada
um. Não há celas no local. Das detentas, 87% são condenadas, diferentemente de Suzane, que estava
em prisão preventiva, aguardando o julgamento.
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