São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 2005

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VIOLÊNCIA

Homens invadiram o posto, pediram coletes à prova de bala e armas e depois efetuaram disparos contra plantonistas

Dupla mata guarda-civil em base de Cotia

DO "AGORA"

Dois homens invadiram uma base da Guarda Civil de Cotia (Grande SP) anteontem e, após render os dois guardas que faziam plantão, roubaram duas armas e dois coletes e atiraram contra eles. Um guarda foi baleado quatro vezes e sobreviveu. O outro morreu com 36 perfurações.
A base onde ocorreu o latrocínio (roubo seguido de morte) fica na estrada Sítio do Ribeirão, no Jardim São Jorge. O guarda sobrevivente -José Maria Serafim, 38- contou à polícia que ele e seu colega Alex Cecílio de Souza, 28, foram surpreendidos, às 23h30 de terça-feira, pela dupla.
Após pegar os coletes à prova de bala e as pistolas 380 dos guardas, os invasores ainda perguntaram onde estava uma espingarda calibre 12. A arma pertence à base e estava em um carro da Guarda Civil, estacionado na rua. Mas, como Serafim e Souza não indicaram onde a arma estava, os ladrões começaram a vasculhar o local em busca do rifle.
Sem sucesso na revista, os bandidos obrigaram os guardas a entrar no banheiro do posto e começaram a atirar contra eles. Depois, fugiram correndo. Ninguém viu se algum veículo os esperava.
Serafim afirmou que, dentro do banheiro, agachou-se ao lado do vaso sanitário para se proteger, enquanto Souza ficou parado, em pé, e levou mais tiros.
O fato de haver 36 perfurações de bala no corpo, informou a polícia, não significa que o guarda tenha sido alvo de 36 disparos.
Segundo a perícia, muitos projéteis atravessaram a vítima, deixando mais de uma marca. No chão da base foram encontradas 16 cápsulas de pistola.
Serafim foi atingido nos braços e no ombro direito. Ele está internado no Hospital Municipal do Jardim São Jorge. Souza, que também foi encaminhado para o mesmo hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
Ontem, a polícia mostrou a Serafim a foto de um suspeito que, na semana passada, fugiu após trocar tiros com a GCM de Osasco (Grande SP), mas o guarda não o reconheceu. Ele disse que se lembra de apenas um dos bandidos, que tinha aproximadamente 1,75 m, era pardo, usava um gorro e tinha olhos puxados.
A polícia investiga se o crime foi motivado por vingança ou por roubo. Também estão sendo feitas pesquisas em ocorrências das quais o guarda Souza participou.
Souza fazia parte da Guarda Civil havia três anos. Era casado e tinha um filho de oito anos. Ele foi enterrado ontem à tarde no cemitério Jardim das Flores, em Cotia.


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