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"Para nós, ele apenas morreu", diz tia de Luís
JOSÉ MESSIAS XAVIER
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Próxima do caixão, uma tia de
Luís Fernando Silva Martins, 16,
resume a tragédia de forma contida: "Para a família, ele apenas
morreu. Agora é a lei do silêncio",
disse, sem se identificar. Durante
o velório, presentes apontaram
jovens que estavam na entrada da
capela L do cemitério do Caju,
avisando que eles tinham armas.
Luís Fernando, 16 anos completados dia 26 de maio, foi enterrado no carneiro 58.598, quadra 77.
Morreu em troca de tiros com policiais do 3º BPM (Méier) no morro São João, no Engenho Novo,
zona norte do Rio, na manhã de
segunda-feira. Luís Fernando não
trabalhava. Entrou para uma quadrilha de traficantes aos 14 anos.
O primeiro processo dele na 2ª
Vara para a Infância e Juventude,
por associação para o tráfico de
drogas, começou em 2003, de
acordo com a polícia. A partir daquele ano, outras investigações
policiais foram se somando à sua
ficha criminal, sempre por tráfico.
A morte ocorreu, de acordo
com os registros policiais, durante troca de tiros com soldados da
PM às 9h40 da segunda-feira, na
rua Juiz Jorge Salomão, uma das
principais da favela onde foi criado e vivia com os pais, Luiz Antônio Martins de Arruda e Célia Regina dos Santos Silva.
O atestado de óbito, assinado
pelo médico Leonardo Pereira
Quintella, revela que Luís levou
dois tiros, um que rompeu suas
vísceras e outro que atravessou
seu tórax. Com ele, ainda segundo
o registro policial feito na 25ª DP
(Engenho Novo), foram apreendidos uma granada M-3, uma espingarda calibre 12, um radiocomunicador, 46 trouxinhas de maconha e 65 papelotes de cocaína.
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