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LEGISLATIVO
Vereadores aprovam bases para Orçamento do próximo ano sem impor teto de 10% como queriam os petistas
Câmara não limita reajuste no IPTU de 2006
SIMONE HARNIK
DA REPORTAGEM LOCAL
A Câmara Municipal de São
Paulo aprovou ontem a LDO (Lei
de Diretrizes Orçamentárias), que
dita os parâmetros para a elaboração do Orçamento de 2006. A
oposição ao governo tucano vê na
lei uma brecha para o aumento do
IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano). A emenda que propunha limite de 10% para a correção do imposto não passou no
substitutivo aprovado.
Segundo os vereadores petistas,
o aumento do IPTU poderia ser
uma das formas de compensar a
perda de receita com a extinção
da taxa de lixo e a restrição da taxa
de luz -promessas de campanha
do prefeito José Serra (PSDB)
contempladas no texto aprovado
da LDO. "Ele [Serra] vai compensar o que perdeu com as taxas, aumentando impostos", disse o líder do PT, João Antônio.
O vereador José Anibal (PSDB),
líder do governo na Casa, contesta
a afirmação petista. "Era uma insensatez estabelecer a trava de
10%. Na média, é muito provável
que a correção de valores seja menor que isso. E, por lei, tem que fazer a correção inflacionária."
Todos os anos, o valor do IPTU
pago pelos moradores é corrigido
com base no IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), índice oficial de correção da inflação
anual. De 2004 para 2005, os valores foram corrigidos em 7%.
O valor do imposto é pago de
acordo com a Planta Genérica de
Valores, que foi revisada pela última vez em 2001, na gestão Marta
Suplicy (PT). Uma comissão,
aprovada pelo Legislativo municipal, determina, quarteirão a
quarteirão, o valor do imóvel.
A LDO aprovada estabelece que
"qualquer projeto de lei que trate
da revisão, parcial ou geral, da
Planta Genérica de Valores deverá ser acompanhado de anexo individualizando, por face de quadra, os valores revistos com a devida justificativa". Assim, qualquer proposta de alteração, deverá passar pela Câmara.
A extinção da taxa do lixo (Taxa
de Resíduos Sólidos Domiciliares) e a isenção da taxa de luz
(Contribuição para o Custeio do
Serviço de Iluminação Pública)
para os contribuintes que moram
em locais onde não há iluminação
pública foram definidas no artigo
18 da LDO.
Serra ainda tem que enviar um
projeto de lei à Câmara para definir a efetiva extinção da taxa em
2006. Isso, segundo o líder do governo, deve acontecer em agosto.
A lei de diretrizes ainda aponta
que poderão ser apresentados em
2006 projetos determinando "incentivos fiscais para investimentos no centro da cidade e para
proteção ao meio ambiente".
Acordo
O projeto de LDO é encaminhado pelo Executivo à Câmara e lá
os vereadores podem propor
emendas ou substitutivos. O que
o PT queria era estabelecer o teto
de 10% para o aumento de IPTU
em um substitutivo.
No entanto os petistas acertaram com o chamado "Centrão"
(grupo de 16 vereadores do PTB,
PL, PMDB, PP que se definem como "independentes") um novo
substitutivo e abriram mão do teto. O limite foi proposto em uma
emenda, derrubada em plenário.
Segundo o vereador Paulo Fiorilo (PT), em troca da retirada do
limite, a oposição conseguiu reduzir de 2% para 0,4% a verba para a "reserva de contingência"
-destinada a riscos e eventos fiscais imprevistos- e a aprovação
de assembléias populares na definição do Orçamento de 2006.
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