São Paulo, quinta-feira, 30 de junho de 2005

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DIA DE PROTESTOS

Agentes da CET, perueiros e educadores foram às ruas em atos contra a gestão José Serra

Manifestações mobilizam três categorias

DO "AGORA"

DA REPORTAGEM LOCAL

Fiscais de trânsito, perueiros e entidades responsáveis pela alfabetização de jovens e adultos foram às ruas de São Paulo ontem, em diferentes momentos, para protestar contra a administração José Serra (PSDB). Os três grupos fizeram manifestações diante da prefeitura, no centro.
Os agentes da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) reivindicam aumento salarial. Os perueiros querem o reajuste do repasse pago pela prefeitura. Já as entidades educacionais reclamam do fechamento de 313 das 1.284 salas de alfabetização de jovens e adultos que funcionavam até dezembro.
Como parte do protesto, os agentes da CET fizeram doações de sangue. Segundo o Sindviários (sindicato da categoria), dos 1.700 marronzinhos, 600 foram doar sangue ontem -na prática, cruzaram os braços, pois a legislação garante abono de falta para quem doa sangue.
Anteontem, também como parte da campanha salarial, os agentes deixaram de multar e apenas orientaram os motoristas -atividade batizada de "Dia da Orientação". Segundo a CET, anteontem foram aplicadas 3.751 multas . A média diária de junho é de 10 mil multas ao dia. Foi a segunda vez que a categoria realizou o ato. A estimativa é que a prefeitura tenha perdido R$ 1,2 milhão nesses dias.
Os marronzinhos pedem reajuste de 8,17%, mais 15,7% de reposição referente às perdas entre 2001 e 2004. Eles reclamam ainda do sucateamento de equipamentos e veículos da CET. "Dos 1.150 semáforos inteligentes, só 10% funcionam corretamente", diz Luiz Antonio Queiroz, presidente do sindicato.
A manifestação de ontem contou com carro de som, apitaço, nariz de palhaço e um boneco, o "Serróquio" -um misto de Serra com o personagem Pinóquio.
Os agentes irão se reunir hoje com a diretoria da CET para uma nova rodada de negociações. Para o presidente da CET, Roberto Salvador Scaringella, a ação dos marronzinhos só causa um sentimento de impunidade na população. "A notícia de abrandamento da fiscalização é um desserviço à população", diz.
Segundo ele, existe um descompasso entre o que foi projetado no Orçamento para o órgão (R$ 147 milhões) e a folha de pagamento da categoria, estimada em R$ 160 milhões para este ano.
Os perueiros, no terceiro de manifestações, voltaram a fazer um apitaço em frente à prefeitura. À noite, após a promessa de estudar formas de aumentar a remuneração dos perueiros, feita pelo secretário municipal de Transportes, Frederico Bussinger, os perueiros decidiram suspender a manifestação.
Em reunião na sede da secretaria com representantes das oito cooperativas que atuam nos bairros, Bussinger afirmou que trabalhará em três frentes: aumentar o número de passageiros pagantes, dar continuidade ao combate às fraudes e intensificar a redução de custos.
"Não há nenhuma saída para essa situação que seja de aumento de remuneração e repasse", disse o secretário. Os perueiros exigiam receber uma remuneração maior pelo serviço prestado. Após a readequação do sistema de transportes em 2003, a capital foi dividida em oito áreas. Em cada área operam uma ou mais cooperativa de perueiro. O valor pago depende de cada área. A tarifa média atual é de R$ 0,98.
As entidades responsáveis pela alfabetização de jovens e adultos protestaram na frente da prefeitura e da Câmara Municipal contra o fechamento de salas do Mova (Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos).
Segundo Ionilton Aragão, um dos coordenadores das entidades, a Secretaria Municipal da Educação prometeu realizar reuniões semanais para debater a situação do programa.


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