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DIA DE PROTESTOS
Agentes da CET, perueiros e educadores foram às ruas em atos contra a gestão José Serra
Manifestações mobilizam três categorias
DO "AGORA"
DA REPORTAGEM LOCAL
Fiscais de trânsito, perueiros e
entidades responsáveis pela alfabetização de jovens e adultos foram às ruas de São Paulo ontem,
em diferentes momentos, para
protestar contra a administração José Serra (PSDB). Os três
grupos fizeram manifestações
diante da prefeitura, no centro.
Os agentes da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego)
reivindicam aumento salarial.
Os perueiros querem o reajuste
do repasse pago pela prefeitura.
Já as entidades educacionais reclamam do fechamento de 313
das 1.284 salas de alfabetização
de jovens e adultos que funcionavam até dezembro.
Como parte do protesto, os
agentes da CET fizeram doações
de sangue. Segundo o Sindviários (sindicato da categoria), dos
1.700 marronzinhos, 600 foram
doar sangue ontem -na prática, cruzaram os braços, pois a legislação garante abono de falta
para quem doa sangue.
Anteontem, também como
parte da campanha salarial, os
agentes deixaram de multar e
apenas orientaram os motoristas -atividade batizada de "Dia
da Orientação". Segundo a CET,
anteontem foram aplicadas
3.751 multas . A média diária de
junho é de 10 mil multas ao dia.
Foi a segunda vez que a categoria
realizou o ato. A estimativa é que
a prefeitura tenha perdido R$ 1,2
milhão nesses dias.
Os marronzinhos pedem reajuste de 8,17%, mais 15,7% de reposição referente às perdas entre
2001 e 2004. Eles reclamam ainda do sucateamento de equipamentos e veículos da CET. "Dos
1.150 semáforos inteligentes, só
10% funcionam corretamente",
diz Luiz Antonio Queiroz, presidente do sindicato.
A manifestação de ontem contou com carro de som, apitaço,
nariz de palhaço e um boneco, o
"Serróquio" -um misto de Serra com o personagem Pinóquio.
Os agentes irão se reunir hoje
com a diretoria da CET para
uma nova rodada de negociações. Para o presidente da CET,
Roberto Salvador Scaringella, a
ação dos marronzinhos só causa
um sentimento de impunidade
na população. "A notícia de
abrandamento da fiscalização é
um desserviço à população", diz.
Segundo ele, existe um descompasso entre o que foi projetado no Orçamento para o órgão
(R$ 147 milhões) e a folha de pagamento da categoria, estimada
em R$ 160 milhões para este ano.
Os perueiros, no terceiro de
manifestações, voltaram a fazer
um apitaço em frente à prefeitura. À noite, após a promessa de
estudar formas de aumentar a
remuneração dos perueiros, feita pelo secretário municipal de
Transportes, Frederico Bussinger, os perueiros decidiram suspender a manifestação.
Em reunião na sede da secretaria com representantes das oito
cooperativas que atuam nos
bairros, Bussinger afirmou que
trabalhará em três frentes: aumentar o número de passageiros
pagantes, dar continuidade ao
combate às fraudes e intensificar
a redução de custos.
"Não há nenhuma saída para
essa situação que seja de aumento de remuneração e repasse",
disse o secretário. Os perueiros
exigiam receber uma remuneração maior pelo serviço prestado.
Após a readequação do sistema
de transportes em 2003, a capital
foi dividida em oito áreas. Em
cada área operam uma ou mais
cooperativa de perueiro. O valor
pago depende de cada área. A tarifa média atual é de R$ 0,98.
As entidades responsáveis pela
alfabetização de jovens e adultos
protestaram na frente da prefeitura e da Câmara Municipal
contra o fechamento de salas do
Mova (Movimento de Alfabetização de Jovens e Adultos).
Segundo Ionilton Aragão, um
dos coordenadores das entidades, a Secretaria Municipal da
Educação prometeu realizar
reuniões semanais para debater
a situação do programa.
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