RICARDO GALLO
DA FOLHA RIBEIRÃO

A internacionalização do aeroporto Leite Lopes, de Ribeirão Preto, vai exigir a desocupação de casas nas suas proximidades e criar, no entorno do aeroporto, uma zona industrial que "engolirá" 14 bairros classificados atualmente como residenciais.
Articulada pela prefeitura, a mudança deve criar, possivelmente em 2006, um novo distrito empresarial na cidade.
A Prefeitura de Ribeirão Preto quer desestimular a proliferação de moradias nesses 14 bairros. A medida pretende facilitar a transformação de parte dos bairros em distrito industrial.
Por meio de reuniões com associações de bairro, a administração tentará convencer a população local a não vender, ampliar ou reformar imóveis. Para a prefeitura, em razão do projeto, essas casas serão desapropriadas no futuro.
"Vamos desestimular a ocupação residencial. Aqueles que ficarem lá terão áreas em um núcleo valorizado. E quem se mudar terá locais equivalentes ou melhores", diz José Aníbal Laguna, diretor da Secretaria do Planejamento e Gestão Ambiental e interlocutor da prefeitura nos contatos com o Daesp (Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo).
Laguna disse que as desapropriações serão definidas pelo Daesp, após a conclusão do plano diretor e do EIA (Estudo de Impacto Ambiental) do aeroporto, o que está previsto para julho ou agosto. A estatal do governo paulista terá a incumbência de encontrar ou construir casas para as famílias removidas. "Desapropriar é mais barato do que mudar o aeroporto de lugar", afirmou.
O Daesp também vai investir R$ 460 mil para trocar os muros do aeroporto por alambrados com o objetivo de reduzir as invasões da pista, que chegaram a 115 em apenas um mês;


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