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Para União, acordo protege novo cliente
DA REPORTAGEM LOCAL
Na contramão do que pensam
alguns dos principais órgãos de
defesa do consumidor, o Ministério da Justiça defende o acordo
feito pelo governo com as seguradoras Bradesco e SulAmérica.
O acerto entre o governo e as
empresas resultou em aumentos
de até 26% para planos antigos,
mais do que o dobro dos 11,69%
autorizados para planos novos
-assinados a partir de 1999,
quando já vigorava a lei que regulamentou o setor.
Para o secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça,
Daniel Goldberg, o acordo protege consumidores novos, de menor poder aquisitivo, que querem
participar da saúde suplementar.
"É preciso proteger os antigos
sem que o novo pague", afirmou
o secretário à Folha.
Goldberg explica: os planos antigos reajustados agora, diz, têm
como clientes, na maioria, pessoas de maior poder aquisitivo,
com planos muito custosos e que
já não existem no mercado -dão
direito a escolher médicos e hospitais de ponta, por exemplo.
Na opinião do ministério, essas
pessoas precisam pagar mais para
reequilibrar as antigas carteiras de
clientes individuais. E evitar que a
empresa aumente os planos individuais novos à venda, cobiçados
por consumidores menos favorecidos, para compensar a impossibilidade de reajuste dos antigos.
Segundo ele, o acerto, em resumo, é uma medida para tentar
"reverter a tendência de extinção
do plano individual", já consolidada em alguns Estados, como a
Bahia. "De longe, é o melhor acordo, mas não é solução definitiva."
O Departamento de Proteção e
Defesa do Consumidor do ministério também assinou o acordo
feito com as operadoras de planos, ao lado da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar).
No ano passado, quando não
havia acordo, as empresas fizeram reajustes de até 85%, destacou Goldberg, muito acima, portanto, do índice permitido agora.
Segundo o Ministério Público
de São Paulo, em 2004, no entanto, o próprio DPDC criticava os
parâmetros utilizados no aumento deste ano, baseado na variação
dos custos médico-hospitalares.
Dizia, por exemplo, que qualquer
despesa poderia ser considerada
custo médico.
(FL)
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