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Agentes ameaçam impedir visitas
Categoria fez greve ontem de um dia em protesto à morte de colega e promete ato no final de semana
Sindicato afirma que boicote
a atendimento a presos
atingiu 41 das 144 unidades
prisionais no Estado;
para a secretaria, foram 19
DA REPORTAGEM LOCAL
Após um boicote ao atendimento aos presos em várias
unidades prisionais de São
Paulo ontem, os agentes penitenciários agora ameaçam
proibir as visitas no final de semana. A categoria protesta
contra a morte do agente Nilton Celestino, anteontem.
O movimento partiu do Sifuspesp (Sindicato dos Funcionários do Sistema Prisional do
Estado de São Paulo), que realiza assembléias para votar a interrupção das visitas. "Será um
luto de dois dias", afirmou o secretário-geral da entidade, Antônio Ferreira. Representantes
da categoria na Grande São
Paulo, em São José do Rio Preto, Araraquara e Mirandópolis
já aprovaram o protesto. Outras sete regiões do Estado ainda vão decidir em assembléias.
Segundo Ferreira, a paralisação quer chamar a atenção para
a fragilidade da categoria, novo
alvo do PCC desde que a polícia
disse ter abortado uma suposta
emboscada na última segunda-feira, em São Bernardo, quando
13 criminosos morreram.
Se ocorrer, será o segundo
protesto em menos de 48h no
Estado. O Sindasp (Sindicato
dos Agentes de Segurança Penitenciária) fez ontem uma
greve de 24h. A entidade diz ter
paralisado 41 delas; a SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) admite o movimento em 19 de 144 unidades.
Entre os serviços prejudicados estavam o atendimento aos
advogados e a entrega de comida por familiares aos presos -o
chamado jumbo. Nas unidades
afetadas, apenas o atendimento
médico de urgência e a alimentação fornecida pelo sistema
penitenciário permaneceram.
Os agentes do CDP Belém, por
exemplo, reclamavam da proibição ao porte de arma.
A paralisação "branca" respingou na Justiça. Segundo o
Tribunal de Justiça, 310 das
365 audiências criminais marcadas para ontem, o equivalente a 85% do total, ocorreram.
Em condições normais, quase
não há ausências, informou a
assessoria de imprensa. "Tenho três clientes para encontrar e não consigo", disse o advogado Luiz Carlos dos Santos
Lima, em frente ao CDP Belém.
"Entendo a manifestação dos
agentes, mas não tenho culpa."
Na unidade de Parelheiros
(zona sul) de São Paulo, apenas
seis dos 30 agentes escalados
para trabalhar compareceram.
"Não tem quase ninguém [funcionários]", disse um agente
com cerca de 15 anos de serviço.
Parelheiros suporta 765 detentos, mas abriga 1.348.
Com a paralisação, a SAP enviou a Parelheiros uma equipe
do GIR (Grupo de Intervenção
Rápida), unidade especial que
geralmente atua em rebeliões,
com agentes fortemente armados. Segundo a SAP, um túnel
foi encontrado no local.
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