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Combate é o único caminho, diz Cabral
Governador afirmou não haver solução para criminalidade no Rio sem enfrentamentos; operações continuarão, disse
Cabral ressalvou que preferia que não tivessem mortes no complexo do Alemão, mas as entende como uma "conseqüência" da situação
DA SUCURSAL DO RIO
Em seu primeiro pronunciamento público sobre a megaoperação policial de quarta-feira
no complexo de favelas do Alemão (zona norte do Rio), o governador Sérgio Cabral Filho
(PMDB) defendeu ontem os
procedimentos da polícia -que
matou 19 pessoas- e disse que
não há como resolver o problema da criminalidade no Rio
sem enfrentamentos.
"A sociedade quer o combate
à criminalidade. Nós não temos
outro caminho, não há outro
caminho, que não seja apoiar as
ações da polícia no combate à
criminalidade. Se eu pudesse,
se eu tivesse uma fórmula de
ganhar essa guerra sem o enfrentamento da criminalidade... Mas não é o caso. Estamos
lidando com bandidos fortemente armados, presentes em
muitas comunidades."
Em entrevista após solenidade no Corpo de Bombeiros, ele
disse: "Recebo as entidades,
converso com elas, o que tiver
de errado tem que ser consertado. Agora, as operações continuarão. Não tem acordo".
"Resultado agradou"
As entidades a que Cabral Filho referiu-se são aquelas como
a OAB (Ordem dos Advogados
do Brasil) e a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia, que acusam a polícia de
um massacre no Alemão.
O governador discorda dessa
avaliação. Ele afirmou ter apreciado o trabalho policial realizado. "O resultado agradou
muito. Foi o resultado de uma
operação competente."
Questionado sobre as acusações de arbitrariedade supostamente praticadas pelos policiais, o governador falou que
"não há ação sem estresse".
De acordo com o governador,
não houve inocentes entre os
mortos. Todos os que morreram estariam ligados à criminalidade local e teriam enfrentado os policiais. "As informações que me chegaram, que sim
[eram todos criminosos]. Até
prova em contrário, só morreram criminosos enfrentando a
polícia. Uma ação como essa
gera estresse. No momento em
que estamos no estresse do
combate, (...) isso é absolutamente compreensível."
Conseqüência
Cabral Filho ressalvou que
preferia que não tivessem ocorrido mortes, mas as entende
como conseqüência da situação. "É evidente que tudo o que
gostaríamos era ganharmos essa guerra sem o derramamento
de sangue, ganhar essa guerra
sem necessitar ter vítimas fatais. Mas, no momento em que
você tem uma criminalidade
infelizmente muito militarizada, muito bem armada por força de razões históricas que não
me cabe aqui avaliar, o que me
cabe é fazer um trabalho para
vencer essa luta", afirmou.
Na solenidade, o secretário
de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, recebeu uma
medalha do Corpo de Bombeiros. O governador fez questão
de pregar a medalha no paletó
do secretário e de abraçá-lo.
Para Cabral Filho, o trabalho
realizado por Beltrame é "muito sério, competente, sereno e
firme".
(ST)
Colaborou ANTÔNIO GOIS, da Sucursal do Rio
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