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Governo quer mais laptops na rede pública em 2008
Efeito nas notas é desconhecido, mas professores vêem alunos mais motivados
Mesmo sem concluir teste
em curso, governo quer
ampliar uso do computador
para 250 mil estudantes de
todos os Estados do país
JOHANNA NUBLAT
MARIANA BENEVIDES
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O governo federal está se preparando para colocar computadores móveis (laptops) em escolas públicas de todos os Estados do país já no ano que vem.
Embora ainda não tenha resultados das cinco experiências
iniciadas este ano, o UCA (Um
Computador por Aluno) quer
atingir de 150 mil a 250 mil alunos no começo de 2008.
O número deve ser definido
nas próximas duas semanas.
Se a ampliação atingir o patamar de 250 mil estudantes, o
governo entregará laptops a
aproximadamente 0,5% dos
48,6 milhões de alunos matriculados na rede pública, segundo dados do Inep de 2006.
Novo comportamento
Como a experiência do projeto, até agora, abrangeu apenas
cerca de 160 alunos e é muito
recente, não há dados objetivos
que comprovem que o programa melhora a aprendizagem.
O que o uso dos computadores já demostrou é que os alunos se interessam mais pelas
aulas, atrasam e faltam menos.
Para a coordenadora do projeto em São Paulo, Roseli Lopes, mais do que notas, o que
deve ser avaliado é se o aluno
tem mais autonomia na busca
de informações e se está desenvolvendo raciocínio, criatividade e senso crítico.
Dentre as escolas pioneiras,
somente em São Paulo e Porto
Alegre (RS) os alunos já trabalham com os computadores.
Em Palmas (TO), Brasília
(DF) e Piraí (RJ), a estrutura
das escolas ainda está sendo
preparada e os professores, recebendo capacitação.
O impacto do uso dos laptops
fora da escola também ainda
não pôde ser avaliado. O projeto prevê que os alunos levem os
computadores para casa, mas,
até agora, o equipamento não
sai da escola. A maior preocupação das escolas e dos pais é a
falta de segurança.
Para David Cavallo, representante da One Laptop per
Child -ONG que inspirou o
projeto-, é fundamental que
os computadores estejam sempre com os estudantes.
"Os turnos nas escolas brasileiras são curtos. Queremos aumentar a oportunidade de
aprendizagem das crianças."
Ampliação
Apesar dos planos de ampliação, Carlos Bielschowsky, secretário de Educação a Distância do MEC, diz que a medida
será "cautelosa e restrita", por
não ter ocorrido a inclusão digital desejada e os alunos ainda
não terem sido avaliados.
O secretário diz ter um "sentimento forte de que o UCA vale a pena", pelo interesse dos
alunos que se pode observar.
JOHANNA NUBLAT e MARIANA BENEVIDES
participaram do 43º Programa de Treinamento
em Jornalismo Diário da Folha, que foi patrocinado pela Philip Morris Brasil e pela Odebrecht
NA INTERNET - Leia sobre como são
as aulas com os laptops e teste feito
por alunos de escolas particulares http://www.folha.com.br/071806
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