São Paulo, terça-feira, 30 de junho de 2009

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Suspeita de fraude adia reajuste da zona azul

Aumento de 66,7% entraria em vigor amanhã, elevando o preço de R$ 1,80 para R$ 3 (para um período de uma a três horas)

Segundo o secretário dos Transportes, será apurado se empresas distribuidoras estão retendo os talões para lucrar após o reajuste

DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo suspendeu o aumento de preços na zona azul, que entraria em vigor amanhã, após a denúncia de que os talões estão em falta nos postos de venda.
O governo suspeita de fraude das empresas que distribuem e vendem os talões. O reajuste será de 66,7%, passando de R$ 1,80 para R$ 3 -para um período de uma a três horas, dependendo do local.
De acordo com o secretário de Transportes, Alexandre de Moraes, foi aberta uma sindicância para investigar se as empresas estão retendo os talões para lucrar depois do aumento.
A medida foi adotada após uma reportagem do "Diário de S. Paulo", publicada ontem, que mostrava um "racionamento" de talões no posto de venda do parque Ibirapuera.
Cada usuário só podia comprar até cinco talões por vez. A prefeitura proíbe o limite -é obrigatória a venda de quantos talões o usuário quiser.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) informou que também tem recebido "seguidas queixas de munícipes que não conseguem adquirir os talões" nos postos autorizados.
Moraes disse que a prefeitura produz em média 228 mil talões por mês. Em maio, prevendo que os usuários fariam estoque para aproveitar o preço mais baixo, foram entregues 359 mil talões às empresas.
"O raciocínio nosso é o seguinte: se foi produzido, foi passado para as empresas e não chegou ao usuário, quem poderia estar estocando para ganhar com isso são as empresas. E isso não é razoável. Elas não podem fazer isso", disse Moraes.
A sindicância, segundo o secretário, será concluída até o fim de julho. Ainda não há data para que o reajuste entre em vigor -provavelmente será após o fim da sindicância.
Caso seja constatada fraude por parte de alguma das quatro empresas, Moraes afirmou que pode determinar o descredenciamento e encaminhar o caso para o Ministério Público, para eventuais medidas judiciais.
O valor da zona azul não era reajustado havia oito anos. Há 3.700 postos credenciados para venda, mas em vários locais vendedores ambulantes e empresas revendem sem autorização da prefeitura e com preço acima da tabela.

Outro lado
A Folha tentou contato ontem à tarde com representantes das quatro empresas responsáveis pela distribuição e venda dos talões. A Fernando Chinaglia Distribuidora informou que só se pronunciará hoje sobre a questão. Não foram localizados os responsáveis pela Servlot, Goodmix e Correios.
O posto de venda do parque Ibirapuera é administrado pela Goodmix.


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