|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Suspeita de fraude adia reajuste da zona azul
Aumento de 66,7% entraria em vigor amanhã, elevando o preço de R$ 1,80 para R$ 3 (para um período de uma a três horas)
Segundo o secretário dos Transportes, será apurado se empresas distribuidoras estão retendo os talões
para lucrar após o reajuste
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo
suspendeu o aumento de preços na zona azul, que entraria
em vigor amanhã, após a denúncia de que os talões estão
em falta nos postos de venda.
O governo suspeita de fraude
das empresas que distribuem e
vendem os talões. O reajuste
será de 66,7%, passando de R$
1,80 para R$ 3 -para um período de uma a três horas, dependendo do local.
De acordo com o secretário
de Transportes, Alexandre de
Moraes, foi aberta uma sindicância para investigar se as empresas estão retendo os talões
para lucrar depois do aumento.
A medida foi adotada após
uma reportagem do "Diário de
S. Paulo", publicada ontem, que
mostrava um "racionamento"
de talões no posto de venda do
parque Ibirapuera.
Cada usuário só podia comprar até cinco talões por vez. A
prefeitura proíbe o limite -é
obrigatória a venda de quantos
talões o usuário quiser.
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) informou
que também tem recebido "seguidas queixas de munícipes
que não conseguem adquirir os
talões" nos postos autorizados.
Moraes disse que a prefeitura
produz em média 228 mil talões por mês. Em maio, prevendo que os usuários fariam estoque para aproveitar o preço
mais baixo, foram entregues
359 mil talões às empresas.
"O raciocínio nosso é o seguinte: se foi produzido, foi
passado para as empresas e não
chegou ao usuário, quem poderia estar estocando para ganhar
com isso são as empresas. E isso não é razoável. Elas não podem fazer isso", disse Moraes.
A sindicância, segundo o secretário, será concluída até o
fim de julho. Ainda não há data
para que o reajuste entre em vigor -provavelmente será após
o fim da sindicância.
Caso seja constatada fraude
por parte de alguma das quatro
empresas, Moraes afirmou que
pode determinar o descredenciamento e encaminhar o caso
para o Ministério Público, para
eventuais medidas judiciais.
O valor da zona azul não era
reajustado havia oito anos. Há
3.700 postos credenciados para
venda, mas em vários locais
vendedores ambulantes e empresas revendem sem autorização da prefeitura e com preço
acima da tabela.
Outro lado
A Folha tentou contato ontem à tarde com representantes das quatro empresas responsáveis pela distribuição e
venda dos talões. A Fernando
Chinaglia Distribuidora informou que só se pronunciará hoje sobre a questão. Não foram
localizados os responsáveis pela Servlot, Goodmix e Correios.
O posto de venda do parque
Ibirapuera é administrado pela
Goodmix.
Texto Anterior: Marinha faz homenagem póstuma no mar Próximo Texto: Reajuste: Passagens de ônibus aumentam 7,05% a partir de amanhã Índice
|