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Garib deve ter calma, diz deputado cassado
RODRIGO VERGARA
da Reportagem Local
Calma, fé em Deus e união com a
família. Foram esses os conselhos
do empresário Jacob Lopes ao deputado estadual Hanna Garib (suspenso do PPB) caso a Assembléia
Legislativa de São Paulo cassasse
seu mandato ontem.
Lopes, que era filiado ao PMDB,
fala com experiência própria. Natural do município de Mogi das
Cruzes (Grande São Paulo), é hoje
o único deputado paulista já cassado por seus colegas, por denúncias
de corrupção.
A cassação ocorreu em 1986,
quatro meses antes do final da legislatura e três anos depois da denúncia que causou a condenação
do deputado.
A acusação partiu do dono de
uma empresa de ônibus intermunicipal de Mogi das Cruzes, segundo o qual Lopes pediu propina para negociar linhas de ônibus com a
Secretaria de Estado dos Negócios
Metropolitanos.
As conversas foram gravadas.
Família tradicional na política local de Mogi das Cruzes, os Lopes
perderam espaço político e dinheiro após a cassação de Jacob.
"Entrei na política rico e saí remediado", diz ele, cuja empresa de
mineração, próspera há dez anos,
está concordatária.
A vida política do sobrenome Lopes ainda tentou uma continuidade em 92, com a candidatura do filho de Jacob, em 92, a prefeito de
Mogi das Cruzes.
Mas, nas palavras do deputado
cassado, "ele foi derrotado por
uma coalizão de todos contra um".
Lama
Jacob diz que, nos dias que sucederam sua cassação, remoeu os
acontecimentos e se arrependeu de
não ter sido mais agressivo.
"Se tivesse jogado lama no ventilador logo no começo, o processo
seria abortado. Eu tinha muita munição contra muita gente no governo, mas quis poupar alguns amigos e acabei me ferrando", afirmou
Jacob.
Hoje, no entanto, o ex-deputado
acha que fez bem.
"Se tivesse denunciado, talvez tivesse abusado do conhecimento
que me foi dado. Foi bom ter esperado a cabeça esfriar. Recomendo
calma ao Garib."
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