São Paulo, Quarta-feira, 30 de Junho de 1999
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NA ASSEMBLÉIA
79 dos 93 parlamentares consideraram Garib (expulso do PPB) culpado de envolvimento na máfia da propina
Deputados de SP cassam Hanna Garib

Evelson de Freitas/Folha Imagem
Reunião de líderes de partidos na Assembléia Legislativa, que acertou a cassação do deputado Hanna Garib


ROGÉRIO GENTILE
da Reportagem Local

A Assembléia Legislativa de São Paulo cassou ontem à noite o mandato do deputado Hanna Garib (suspenso do PPB).
Com o voto favorável de 79 dos 93 deputados, Garib foi considerado culpado de participar de esquema de corrupção na administração municipal de São Paulo.
É o segundo parlamentar cassado por envolvimento com a máfia da propina: anteontem o vereador Vicente Viscome (expulso do PPB) foi cassado na Câmara Municipal.
A cassação de Garib havia sido acertada na tarde de ontem pelos líderes dos partidos que formam a Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.
Garib é acusado de quebra de decoro parlamentar. O deputado foi indiciado pela polícia sob acusação de peculato, concussão e formação de quadrilha.
O ex-vereador, que controlava politicamente a Administração Regional da Sé, é apontado como o líder de um esquema de arrecadação de propina. Garib nega as acusações. Diz que é inocente.
Na reunião de líderes, os deputados decidiram abreviar a duração da sessão não utilizando o tempo que cada partido tem por direito para se pronunciar, contra ou a favor de Garib.
O objetivo, segundo os parlamentares, era evitar que a sessão seja prolongada pela madrugada. Garib acabou sendo cassado antes da 21h.
Roque Barbieri (PTB), que pretendia defender o ex-vereador na tribuna, foi aconselhado por dirigentes do seu partido a desistir.
Convicto de que não havia como segurar o mandato de Garib, o PTB entende que o pronunciamento poderia trazer prejuízos.
Anteontem, o advogado de Garib, Alberto Rollo, entrou com um pedido de mandado de segurança para suspender a votação.
O pedido foi negado na tarde de ontem pelo desembargador Amador da Cunha Bueno, vice-presidente do Tribunal de Justiça.
Garib argumentou que o seu direito de defesa foi cerceado pela Assembléia.
O ex-vereador afirmou também que não poderia ser julgado pela Assembléia Legislativa uma vez que é acusado por fatos ocorridos antes de sua posse.
O desembargador não aceitou as alegações de Garib.
O relator do pedido de cassação, deputado Elói Pietá (PT), disse que Hanna Garib é acusado por crimes posteriores à sua diplomação (18 de dezembro).
No final de semana, Garib enviou telegramas para os deputados dizendo que é inocente e pedindo a sua absolvição.


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