São Paulo, segunda-feira, 30 de julho de 2007

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TRAGÉDIA EM CONGONHAS/AEROPORTOS

Terceiro terminal de Cumbica ficaria saturado já em 2015

Estudo da Anac e documento da Infraero revelam que a obra, em avaliação, teria sua capacidade esgotada nesse prazo

Aeroporto passaria a atender 27 milhões de passageiros ao ano, mas fluxo cresceria para 30 milhões de viajantes logo depois do fim da construção

FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ

DOS CAMPOS Mesmo com a construção do terceiro terminal de passageiros, o aeroporto de Cumbica (Guarulhos) só teria condições de atender adequadamente à demanda por vôos até 2015. É o que revela a análise de um estudo da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e de um documento da Infraero (estatal que administra os aeroportos).
Especialistas do setor apontam que o terceiro terminal de passageiros de Cumbica e a construção da terceira pista seriam duas das principais medidas capazes de aliviar o caos verificado nos aeroportos de São Paulo devido aos atrasos e cancelamentos de vôos -mas no caso da pista, a situação é mais complicada porque a área onde ela ficaria está ocupada por cerca de 5.000 famílias.
Segundo um projeto da Infraero, o terceiro terminal teria área de 165 mil m2, 22 pontes de embarque e pátio para 33 aeronaves -estrutura suficiente para atender 12 milhões de passageiros/ano.
Somado aos dois existentes, a capacidade de atendimento do aeroporto passaria dos atuais 17 milhões para cerca de 29 milhões de pessoas ao ano.
Mas um documento chamado "Estudo Detalhado dos Aeroportos Brasileiros", que foi publicado em 2005 pelo extinto IAC (Instituto de Aviação Civil, incorporado à atual Anac), prevê que já em 2015 o aeroporto de Cumbica deve registrar movimento de 30,7 milhões de passageiros -quase dois milhões a mais do que a capacidade de atendimento adquirida a partir da construção do terceiro terminal.
Com um detalhe: os 30,7 milhões se referem a uma situação de crescimento da demanda dentro da média prevista pelos órgãos do setor.
Para o professor do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e especialista em projeto de aeroportos Anderson Correia, os números revelam que no curto e médio prazos, mesmo com obras de ampliação, Cumbica funcionará em situação de "sobrecarga."
Ele aponta que, além do crescimento natural da demanda, agora também é preciso levar em conta a decisão do governo de transferir boa parte dos vôos de Congonhas para Cumbica, o que pode fazer com que o movimento supere a marca dos 30 milhões antes de 2015.


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