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TRAGÉDIA EM CONGONHAS/AEROPORTOS
Terceiro terminal de Cumbica ficaria saturado já em 2015
Estudo da Anac e documento da Infraero revelam que a obra,
em avaliação, teria sua capacidade esgotada nesse prazo
Aeroporto passaria a atender
27 milhões de passageiros ao
ano, mas fluxo cresceria para
30 milhões de viajantes logo
depois do fim da construção
FÁBIO AMATO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO JOSÉ
DOS CAMPOS
Mesmo com a construção do
terceiro terminal de passageiros, o aeroporto de Cumbica
(Guarulhos) só teria condições
de atender adequadamente à
demanda por vôos até 2015. É o
que revela a análise de um estudo da Anac (Agência Nacional
de Aviação Civil) e de um documento da Infraero (estatal que
administra os aeroportos).
Especialistas do setor apontam que o terceiro terminal de
passageiros de Cumbica e a
construção da terceira pista seriam duas das principais medidas capazes de aliviar o caos verificado nos aeroportos de São
Paulo devido aos atrasos e cancelamentos de vôos -mas no
caso da pista, a situação é mais
complicada porque a área onde
ela ficaria está ocupada por cerca de 5.000 famílias.
Segundo um projeto da Infraero, o terceiro terminal teria
área de 165 mil m2, 22 pontes de
embarque e pátio para 33 aeronaves -estrutura suficiente
para atender 12 milhões de
passageiros/ano.
Somado aos dois existentes,
a capacidade de atendimento
do aeroporto passaria dos
atuais 17 milhões para cerca de
29 milhões de pessoas ao ano.
Mas um documento chamado "Estudo Detalhado dos Aeroportos Brasileiros", que foi
publicado em 2005 pelo extinto IAC (Instituto de Aviação
Civil, incorporado à atual
Anac), prevê que já em 2015 o
aeroporto de Cumbica deve registrar movimento de 30,7 milhões de passageiros -quase
dois milhões a mais do que a
capacidade de atendimento adquirida a partir da construção
do terceiro terminal.
Com um detalhe: os 30,7 milhões se referem a uma situação de crescimento da demanda dentro da média prevista
pelos órgãos do setor.
Para o professor do ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica) e especialista em projeto
de aeroportos Anderson Correia, os números revelam que
no curto e médio prazos, mesmo com obras de ampliação,
Cumbica funcionará em situação de "sobrecarga."
Ele aponta que, além do crescimento natural da demanda,
agora também é preciso levar
em conta a decisão do governo
de transferir boa parte dos vôos
de Congonhas para Cumbica, o
que pode fazer com que o movimento supere a marca dos 30
milhões antes de 2015.
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