São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 2000


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Laudo não derruba testemunha

DA REPORTAGEM LOCAL

O laudo do local do crime divulgado ontem pelo Instituto de Criminalística não comprova que os tiros foram à queima-roupa, mas não derruba a versão contada pelo caseiro João Quinto de Souza, 63, que afirma ter presenciado o crime a três metros de distância.
A única testemunha do caso diz que o primeiro disparo foi dado pelas costas, no momento em que Sandra tentava escapar do ex-namorado, a dois metros de distância dele. Os laudos do Instituto Médico Legal, de Sorocaba, e do IC, divulgado ontem, dizem que esse tiro foi das costas para a frente. A bala atingiu a sexta vértebra torácica, atravessando em seguida o coração (aurícula direita).
""Após Sandra cair de bruços, Pimenta Neves aproximou-se do corpo, olhou e desferiu um outro disparo de arma de fogo contra sua cabeça", consta no interrogatório do caseiro à polícia.
Esse mesmo tiro, de acordo com laudo, entrou pela orelha esquerda dela e se alojou perto da têmpora direita. Se Sandra estivesse em pé, por exemplo, o tiro teria de ser dado de baixo para cima para que a bala percorresse a mesma trajetória na cabeça dela.
Os peritos, no entanto, não confirmam a ordem dos disparos.
No depoimento que deu à polícia, o jornalista Antônio Marcos Pimenta Neves disse que tentou colocar a ex-namorada em seu carro, mas ela se soltou, e houve os dois disparos. Ele confirma que já estava com a arma na mão.
Os legistas atestam que Sandra morreu em razão de insuficiência cardio-respiratória mais traumatismo craniano (tiro na cabeça).
A versão do caseiro foi usada pela polícia para caracterizar homicídio intencional qualificado.


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