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Laudo não derruba testemunha
DA REPORTAGEM LOCAL
O laudo do local do crime divulgado ontem pelo Instituto de Criminalística não comprova que os
tiros foram à queima-roupa, mas
não derruba a versão contada pelo caseiro João Quinto de Souza,
63, que afirma ter presenciado o
crime a três metros de distância.
A única testemunha do caso diz
que o primeiro disparo foi dado
pelas costas, no momento em que
Sandra tentava escapar do ex-namorado, a dois metros de distância dele. Os laudos do Instituto
Médico Legal, de Sorocaba, e do
IC, divulgado ontem, dizem que
esse tiro foi das costas para a frente. A bala atingiu a sexta vértebra
torácica, atravessando em seguida o coração (aurícula direita).
""Após Sandra cair de bruços,
Pimenta Neves aproximou-se do
corpo, olhou e desferiu um outro
disparo de arma de fogo contra
sua cabeça", consta no interrogatório do caseiro à polícia.
Esse mesmo tiro, de acordo
com laudo, entrou pela orelha esquerda dela e se alojou perto da
têmpora direita. Se Sandra estivesse em pé, por exemplo, o tiro
teria de ser dado de baixo para cima para que a bala percorresse a
mesma trajetória na cabeça dela.
Os peritos, no entanto, não confirmam a ordem dos disparos.
No depoimento que deu à polícia, o jornalista Antônio Marcos
Pimenta Neves disse que tentou
colocar a ex-namorada em seu
carro, mas ela se soltou, e houve
os dois disparos. Ele confirma que
já estava com a arma na mão.
Os legistas atestam que Sandra
morreu em razão de insuficiência
cardio-respiratória mais traumatismo craniano (tiro na cabeça).
A versão do caseiro foi usada
pela polícia para caracterizar homicídio intencional qualificado.
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