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Já são 92 os policiais suspeitos de ligação com caça-níqueis em SP
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Pela terceira vez, em pouco
mais de três meses de investigação, a Polícia Civil de São
Paulo voltou a atualizar o número total de policiais suspeitos em esquema de corrupção
para o funcionamento irregular
de máquinas caça-níqueis na
capital. Agora, são 92.
A informação de que quase
uma centena de policiais civis
teve a quebra de seus sigilos telefônicos, bancários e fiscais
solicitada à Justiça foi prestada
ontem pela delegada Cintia
Maria Quaggio à Comissão de
Segurança Pública, da Assembléia Legislativa. A lista inclui
delegados, chefe de investigadores, investigadores, carcereiros, escrivães e peritos.
Em junho, o governo de São
Paulo anunciou que eram 27 os
investigados. No meio deste
mês, o número subiu para 54 e,
ontem, foi anunciado 92.
De acordo com a delegada,
"mais da metade" dos investigados está lotada no Departamento de Polícia Judiciária da
Capital, com cargos de chefia.
Cerca de 45 deles estariam
afastados de suas funções de liderança e, agora, com atribuições administrativas.
Questionada sobre os bens
de alguns dos investigados, a
delegada admitiu, sem detalhes, que alguns suspeitos têm
um patrimônio incompatível
com os respectivos salários.
"Mas é preciso saber como cada
um conseguiu os bens", disse.
Desde 25 de maio, quando o
advogado Jamil Chokr, 34, bateu seu Vectra blindado em um
ônibus na marginal Tietê, ao
ser supostamente vítima de
uma tentativa de assalto, a delegada Cintia investiga a suposta corrupção praticada por ele
em departamentos da polícia.
No carro de Chokr, PMs
apreenderam dinheiro em envelopes que tinham as iniciais
DP e anotações de telefones de
policiais paulistas. Com base
nos documentos, foi apurado
que ele pagava entre R$ 35 e R$
50 por máquina aos policiais.
Os 92 nomes investigados,
segundo a delegada, apareceram no cruzamento das 450
identificações feitas por Chokr.
Para a delegada, a quebra do
sigilo telefônico dos policiais e
de Chokr será uma das partes
mais importantes para a sua investigação, pois será possível
estabelecer ou não vínculos entre os suspeitos e o advogado.
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