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760 crianças morrem por acidentes em SP
Do total, 40% das mortes seriam evitáveis, pois ocorrem por distração de quem está com elas, diz estudo
CLÁUDIA COLLUCCI
DA REPORTAGEM LOCAL
Pelo menos 760 crianças de
um a 14 anos morrem por ano
no Estado de São Paulo vítimas
de acidentes dentro de casa e
na rua. Do total, 40% seriam
mortes evitáveis, ou seja, ocorrem por distração dos pais ou
do cuidador da criança.
O dados são de uma pesquisa
inédita do Centro de Vigilância
Epidemiológica da Secretaria
de Estado da Saúde, divulgada
ontem, que analisou 10.351 casos de morte e outros 184.240
prontuários de internações de
crianças ocorridos em 2005.
Quedas, queimaduras e intoxicações acidentais também
são as maiores causas de internações entre jovens de 10 a 14
anos, com cerca de 38% dos
atendimentos nos hospitais
públicos paulistas.
O levantamento mostra que
as causas de morte variam conforme a faixa etária: entre bebês menores de um ano, a sufocação acidental (na maioria das
vezes, regurgitação do leite) é a
causa de morte mais freqüente
e vitima 115 deles por ano. De
um a quatro anos, os afogamentos lideram: matam 61 crianças.
Dos cinco ao nove anos, os
atropelamentos são os principais vilões, matando 67 crianças. Os afogamentos voltam a
ser a maior causa de morte entre as crianças de 10 a 14 anos:
vitimam 115 delas por ano.
Para Ricardo Tardelli, diretor estadual de saúde, os dados
causaram uma "triste surpresa". "É difícil imaginar que 300
crianças morram de causas evitáveis e que medidas simples
poderiam coibir essas mortes."
Segundo ele, a partir desse levantamento, a secretaria pretende monitorar ano a ano a
ocorrência desses acidentes e
adotar políticas específicas de
redução, como campanhas focadas em prevenção.
Para Tardelli, os pais precisam tentar se antecipar aos
possíveis riscos e, ao mesmo
tempo, não cercear em demasia
os movimentos dos pequenos.
Para evitar as quedas, por
exemplo, que são responsáveis
por 74,6% das internações infantis, bastaria medidas como
nunca deixar berço ou móveis
perto das janelas, enxugar imediatamente um chão molhado
ou recolher brinquedos ou objetos do piso.
Um outro estudo feito há três
anos pela ONG Criança Segura
e pela Unifesp (Universidade
Federal de São Paulo) em 23 escolas públicas e privadas de São
Paulo mostrou que 78% de
2.269 crianças vítimas de acidentes se machucaram com
adultos por perto. A maioria
das crianças avaliadas (55,3%)
se machucou em casa. Outros
30%, na rua. A escola foi palco
de 9% dos casos.
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